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Os 12 candidatos que podem fazer história nas eleições intercalares

São 12 candidatos que podem vir a escrever o seu nome na história das eleições dos Estados Unidos. Uma delas é Lori Trahan, que poderá ser a primeira lusodescendente a chegar ao Congresso dos EUA.

Os 12 candidatos que podem fazer história nas eleições intercalares
Carlo Allegri

Milhões de eleitores escolhem esta terça-feira membros da câmara dos representantes (câmara baixa), senadores e governadores de 36 estados. Estas eleições são particularmente importantes porque podem permitir uma alteração radical de forças entre os dois partidos no Capitólio.

Primeira lusodescendente no Congresso dos EUA: Lori Trahan

Facebook Lori Trahan

Será a primeira mulher lusodescendente no Congresso dos EUA se ganhar a corrida para a Câmara dos Representantes pelo Estado de Massachusetts. Profissional de marketing e consultoria, Lori Trahan, de 44 anos, concorre pela primeira vez a um cargo federal. Numa entrevista, disse: "Como mãe, residente de sempre do distrito, antiga chefe de equipa no Congresso e dona de um pequeno negócio, ninguém se vai esforçar mais pelas famílias das classes trabalhadoras". Neta de um imigrante português e de uma imigrante brasileira, Trahan quer dar o seu contributo na legislação da educação, do trabalho, da saúde, imigração, drogas e até no controlo de armas.

Congressista mais jovem: Alexandria Ocasio-Cortez

Brian Snyder

Surpreendeu todos ao derrotar o deputado Joseph Crowley, considerado o quarto democrata mais influente na Câmara dos Representantes, e ao vencer as eleições primárias com um orçamento 10 vezes menor ao do opositor. Trabalhou como empregada de mesa e pode vir a tornar-se a mulher mais jovem a chegar ao Congresso dos EUA, em representação de Nova Iorque. Promete trazer uma mudança "geracional, racial e idelógica" para Washignton. Quando ganhou nas primárias, afirmou: "isto é o início de um movimento".

Primeiro governador afro-americano da Florida: Andrew Gillum

Shannon Stapleton

Gillum tornou-se o candidato do Partido Democrático da Flórida a governador daquele estado quando venceu as primárias democratas. Competirá contra o republicano Ron DeSantis nas eleições gerais. Sob o mote "Ninguém devia escolher entre ir ao médico ou pagar a renda", os discursos são dirigidos aos cidadãos mais vulneráveis. O candidato de 34 anos cresceu em Miami e foi o primeiro de família a ir para a faculdade. Gillum propõe aumentar os impostos das grandes corporações para injetar recursos nas escolas públicas, promover um sistema de saúde universal e aumentar o salário mínimo.

Primeira governadora transgénero: Christine Hallquist

Caleb Kenna

Christine Hallquist foi diretora de uma empresa de eletricidade durante mais de uma década. A representar Vermont, pode hoje tornar-se a primeira governadora transgénero dos Estados Unidos. Decidiu entrar na corrida às eleições depois de Kiah Morri, única mulher negra da Câmara de Representantes de Vermont, ter renunciado ao cargo por causa de comentários racistas. Na campanha, tem defendido um sistema de saúde universal e demonstrado preocupação com as alterações climáticas. No entanto, o adversário republicano, Phil Scotttem, lidera as sondagens.

Primeiro governador abertamente homossexual: Jared Polis

David Zalubowski

Jared Polis é um político americano, empresário e filantropo abertamente homossexual. É também membro do Partido Democrata e ex-membro do Conselho de Educação do Colorado. Aos 20 anos, criou uma empresa que fez dele um milionário antes de se formar. É um dos membros mais ricos do Congresso, com um património estimado em cerca de 400 milhões de dólares.

Primeira governadora afro-americana dos EUA: Stacey Abrams

Christopher Aluka Berry

Abrams poderá ser a primeira mulher negra a governar um Estado dos Estados Unidos. A advogada, escritora e política democrata compete na Geórgia. De 2011 até 2017, era uma líder minoritária da Câmara dos Representantes. Se for eleita, promete ser "a governadora da educação pública", aumentando o orçamento nessa área depois de anos de cortes. Também propõe a expansão do seguro de saúde e serviços para toxicodependentes. A candidata tem sido apoiada publicamente por Oprah Winfrey, que defende que Stacey Abrams "se importa com as coisas que contam".

Primeira governadora do Texas homossexual de origem latina : Lupe Valdez

Mike Segar

Guadalupe Valdez foi xerife no condado de Dallas, Texas, de 2005 a 2017. É agora a candidata democrata a governadora daquele Estado norte-americano. Filha de migrantes mexicanos e a mais jovem de oito irmãos, trabalhou no campo durante a infância. Estudou administração e depois fez um mestrado em criminologia e justiça criminal. A democrata ganhou mais votos do que qualquer outro candidato do seu partido nas primárias. Alguns críticos têm dito que Valdez se tem escondido na sua homossexualidade e nas suas origens para evitar debates mais sérios.

Primeira indígena no Congresso dos EUA: Debra Haaland

Morgan Lee

Debra Haaland é uma política americana do Novo México. É ex-presidente do Partido Democrata do Novo México e a candidata democrata de 2018 para a Câmara dos Representantes. Haaland, de 57 anos, pertence à tribo de Pueblo de Laguna, uma das 566 legalmente reconhecidas no país. Em 2015, tornou-se a líder do Partido Democrata do Estado e ajudou a Câmara dos Deputados do Novo México a passar para o controlo democrata.

Primeira muçulmana no Congresso dos EUA: Rashida Tlaib

Rebecca Cook

Rashida Tlaib, de 42 anos, filha de dois emigrantes palestinianos, venceu as eleições primárias do Partido Democrata no estado do Michigan, com 33,6 % dos votos. Rashida Tlaib é a mais velha de 14 irmãos. Em 2008, tornou-se a primeira mulher muçulmana a entrar no parlamento estadual do Michigan. Aos 42 anos, posicionou-se contra Trump e como defensora da causa das classes populares. Num discurso emotivo, depois da vitória em agosto, com a mãe ao lado, evocou a família na Cisjordânia, que segue o seu percurso de perto. Sem adversário republicano, deve ser hoje eleita para um mandato de dois anos para substituir o eleito de longa data John Conyers, que se demitiu em dezembro depois de ter sido acusado de assédio sexual e por razões de saúde.

Primeira somali-americana na Câmara dos Representantes: Ilhan Omar

Brian Snyder

llhan Omar é uma refugiada somali que vive nos Estados Unidos. Esta jovem, que usa o 'hijab', lenço que cobre a cabeça deixando a cara destapada, fugiu da guerra civil no seu país com oito anos de idade, antes de emigrar com a família para os EUA. Em 2016, a jovem mulher de 36 anos conseguiu ser eleita para o parlamento estadual do Minnesota, onde vive uma importante comunidade somali. Desta vez, apresenta-se a disputar um lugar no Congresso, num círculo dominado pelos democratas, e deve derrotar facilmente o seu rival republicano. Se eleita, Omar vai substituir Keith Ellison, que foi o primeiro muçulmano eleito para o Congresso, em 2006.

Primeira afroamericana a representar Massachusetts no Congresso: Ayanna Pressley

Brian Snyder

Defensora dos direitos das mulheres, pode tornar-se a primeira afro-americana a representar Massachusetts no Congresso. Surpreendeu todos nas primárias quando superou Michael Capuano, político com 20 anos de experiência no Congresso. A vitória de Pressley, de 44 anos, no único distrito com uma maioria não-branca do Estado, é segura porque os republicanos não apresentam ninguém. Vereadora de Boston desde 2009, cresceu "num bairro difícil" de Chicago, onde a mãe a criou praticamente sozinha enquanto o pai entrava e saía da cadeia. Foi vítima de assédio sexual quando era menina e novamente aos 19 anos.

Primeira senadora do Tennessee: Marsha Blackburn

Mike Segar

A candidata republicana pode ser a primeira senadora do Tennessee, um dos seis Estados que nunca teve um representante no Senado ou como governador. Conhecida por ser critica de muitos candidatos do seu partido, que acusa de agirem como democratas. Apoiante da construção do muro entre os EUA e o México, das leis anti-imigração de Donald Trump, tem uma longa carreira na política. Uma das suas maiores opositoras é a cantora Taylor Swift que convidou os seus seguidores a não votar em Blackburn.