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Mudança da embaixada brasileira em Israel preocupa empresários

A futura ministra da Agricultura do Brasil, Tereza Cristina da Costa, admitiu hoje a preocupação dos empresários nacionais que negociam com o mundo árabe face à intenção do Presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, de mudar a embaixada brasileira em Israel de Telavive para Jerusalém.

"Tenho recebido ligações de pessoas interessadas, exportadores, industriais, especialmente da indústria da carne, que têm negócios com o mercado árabe", disse Tereza Cristina, aos jornalistas, antes de uma reunião com Jair Bolsonaro, que vai tomar posse no Brasil em 01 de janeiro.

Bolsonaro confirmou, após a eleição, a promessa que fez durante a campanha de transferir a embaixada do Brasil em Israel de Telavive para Jerusalém, ideia semelhante à medida tomada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que provocou instabilidade nos países árabes.

Embora não tenha sido confirmado oficialmente, uma missão comercial brasileira que deveria visitar o Egito na semana passada foi cancelada, em reação ao anúncio de Bolsonaro.

A versão oficial do cancelamento, porém, referia ter havido "problemas de agenda" por parte das autoridades egípcias, mas segundo a imprensa brasileira a verdadeira razão foi a preocupação que a decisão do Presidente eleito causou naquele país árabe.


A futura ministra da Agricultura pretende entender a posição do Governo


A futura ministra da Agricultura, confirmada por Bolsonaro para o cargo na última quarta-feira, disse que pretende discutir a questão com o Presidente eleito e que percebeu o "mal-estar" dos empresários que exportam para os países árabes.

"Eu quero entender a posição do Governo, que terá que saber como agir nessa situação", disse ela.

Tereza Cristina também considerou importante que Bolsonaro defina quem será seu ministro das Relações Exteriores, "especialmente por causa dos problemas que podem surgir, dependendo da política externa que o Governo vai ter".

No geral, segundo dados oficiais, os países árabes representam um dos mercados mais importantes para o Brasil, que em 2017 exportou produtos no valor de 13,5 mil milhões de dólares (11,8 mil milhões de euros) para esses destinos.

Lusa