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Hungria cria fundação com 500 meios de comunicação favoráveis ao Governo de Orban

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, autorizou hoje um gigantesco movimento de concentração da comunicação social favorável ao Governo, com cerca de 500 meios nacionais e locais, todos abertamente favoráveis ao Governo, apesar dos receios quanto a consequências negativas para o pluralismo mediático.

Hungria cria fundação com 500 meios de comunicação favoráveis ao Governo de Orban
DANIEL KASAP

Fundação de comunicação social dirigida por velho aliado de Orban

Na semana passada, os ativos de cerca de 500 meios húngaros, nacionais e locais, todos abertamente favoráveis ao Governo, foram transferidos pelos seus proprietários para uma "Fundação da Comunicação Social e dos Meios da Europa Central" (CEPMF, na sigla em Húngaro).

A fundação é dirigida por Gabor Liszkay, um empresário da área dos media e um velho aliado de Orban, e tem por objetivo "a preservação dos valores nacionais".

Os meios envolvidos -- diários, revistas, sítios da internet, cadeias de televisão e de rádio -- pertencem a uma dezena de sociedades de edição diferentes.

Hoje, Orban assinou um decreto no qual classificou este reagrupamento como "uma importante estratégia nacional no interesse do público", o que bloqueia qualquer possibilidade de os meios concorrentes ou de dirigentes do setor se oporem.

Desde a chegada de Orban ao poder, em 2010, que a comunicação social pública se tornou câmara de eco da política do Governo, enquanto protagonistas próximos do poder compraram conjuntos inteiros de títulos do setor privado.

Algumas publicações deixaram de aparecer de um dia para o outro, ao passo que outras foram forçadas a mudar a sua linha editorial.

Estas transformações valeram a Orban várias recriminações por parte da União Europeia.

Com Lusa