"Pedimos fast food americana e sou eu que pago". Donald Trump recebeu na Casa Branca a equipa de futebol americano Clemson Tigers com pizzas, hambúrgueres e batatas fritas, destacando as restrições da paralisação parcial do governo federal.
"É por causa da paralisação, como sabem (…). Muitos hambúrgueres e pizzas. Acredito que vão preferir isto a tudo o que poderíamos oferecer", declarou o Presidente.
Perante a questão de um jornalista sobre qual a sua cadeia de fast food favorita, Trump respondeu: "se é americano, gosto. E isto é tudo americano".
"Mas prefere McDonald's ou Wendy's?", insistiu o jornalista.
"Gosto de todos…", respondeu o Presidente. "Só têm coisas boas, boa comida americana".
"Hamberders"
Numa publicação no Twitter, o Presidente dos Estados Unidos escreve com orgulho sobre o jantar que ofereceu: "mais de 1000 hamberders etc.".
Fica a dúvida se é hambúrgueres mal escrito (escreve-se hamburgers em inglês) ou alguma especialidade gastronómica a que só o Presidente tem acesso.
Trump arrasta EUA para a maior paralisação parcial do Governo de sempre
O encerramento de serviços governamentais federais entra na quarta semana.

Trump garante que não vai recuar na exigência de financiamento do muro
Ainda nesta segunda-feira, Trump rejeitou uma resolução parlamentar que permitiria a abertura temporária do Governo, declarando que "nunca iria recuar".
Trump rejeitou a sugestão de reabrir todos os serviços governamentais durante várias semanas, enquanto continuariam as negociações com os democratas sobre a sua pretensão de obter 5,7 mil milhões de dólares para construir um longo e insuperável muro na fronteira com o México.
Por outro lado, manteve de pé a possibilidade de declarar uma emergência nacional para dispensar a autorização do Congresso.
"Não estou a pretender declarar uma emergência nacional", afirmou. "Isto [obter o financiamento] é tão simples que não deveríamos de ter o fazer", adiantou.
Aparentemente, o impasse entre o republicano Trump e os democratas mantém-se, depois de um fim de semana sem negociações.
A sua decisão de rejeitar a proposta do senador republicano Lindsay Graham, para uma abertura temporária, eliminou uma possibilidade de saída, sem alternativa à vista.
Os congressistas republicanos estão à espera de um sinal de Trump sobre futuros posicionamentos, ao passo que os democratas mantêm a recusa inicial de financiar o muro e a sua exigência de abertura do governo antes de qualquer negociação.
Impacto dos 24 dias de shutdown está a ser sentido em todo o país
Cerca de 800 mil funcionários públicos não receberam salário, o que aumentou as ansiedades relativas ao pagamento de crédito imobiliário e outras contas, e metade deles nem está a trabalhar, o que provocou o encerramento de vários serviços governamentais.
Os viajantes que usam o aeroporto de Atlanta, o mais movimentado dos EUA, confrontaram-se na segunda-feira com tempos de espera superiores a uma hora, perante a falta de pessoal nas inspeções de segurança.
Trump passou o fim de semana na Casa Branca reunido com assessores e congressistas e mandando mensagens agressivas, através da rede social Twitter, para com os democratas, procurando defender a opção pelo muro com argumentos simultaneamente de segurança e humanitários.
Ao discursar numa convenção de agricultores, em Nova Orleães, no domingo, insistiu neste ponto, alegando que "não há substituto" para um muro ou uma barreira na fronteira sul.
Trump continuou a insistir neste ponto e na reivindicação de poder assinar uma declaração de emergência nacional para lidar com o que diz ser uma crise de contrabando de droga e tráfico de mulheres e crianças na fronteira.
Mas parece agora não estar com pressa em avançar com tal declaração. Em vez disso, está a pressionar os democratas para regressarem à mesa das negociações, apesar de ele próprio se ter levantado da última reunião.
Na última quarta-feira, saiu da sessão negocial com os líderes dos democratas no Senado e na Câmara dos Representantes, depois de Nancy Pelosi lhe dizer que não concordava com o financiamento do muro, mesmo que reabrisse o governo.
