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Reino Unido reconhece Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela

Chefe da diplomacia britânica reconheceu hoje o presidente do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.

Ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jeremy Hunt
Ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jeremy Hunt
Peter Nicholls

"Nicolas Maduro não organizou eleições presidenciais no prazo de oito dias que nós fixámos. Por isso, o Reino Unido e os seus aliados reconhecem a partir de agora @jguaido como Presidente constitucional interino até que possam ser organizadas eleições credíveis", escreveu o chefe da diplomacia britânica numa mensagem no Twitter.

O chefe da diplomacia britânica conclui com um desejo de que esta ação coletiva internacional permita o fim da crise humanitária.
Jeremy Hunt já tinha expressado há uma semana a convicção de que Guaidó é a "pessoa certa" para liderar o país, e falou com o autoproclamado presidente interino da Venezuela por telefone na quarta-feira.

Na altura, Hunt transmitiu a admiração pela "coragem" de Guaidó e prometeu levantar a questão na reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros europeus que decorreu no dia seguinte, em Budapeste.

Por sua vez, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela pediu maior pressão sobre o presidente Nicolás Maduro, através de sanções e do seu reconhecimento como líder legítimo do país.

"Guaidó disse estar na altura de pressionar o regime de Maduro, de retirar o apoio aos responsáveis pela opressão e de apoiar os esforços para assegurar que a transição democrática do governo ocorra o mais rápido possível", revelou um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros britânico.

Juntamente com Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Holanda e Portugal, o Reino Unido deu até domingo a Nicolás Maduro para convocar eleições, ou o líder da oposição Juan Guaidó seria reconhecido como presidente do país.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, chefe de Estado desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A repressão dos protestos antigovernamentais da última semana provocou 35 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.

Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.