"Nicolas Maduro não organizou eleições presidenciais no prazo de oito dias que nós fixámos. Por isso, o Reino Unido e os seus aliados reconhecem a partir de agora @jguaido como Presidente constitucional interino até que possam ser organizadas eleições credíveis", escreveu o chefe da diplomacia britânica numa mensagem no Twitter.
O chefe da diplomacia britânica conclui com um desejo de que esta ação coletiva internacional permita o fim da crise humanitária.
Jeremy Hunt já tinha expressado há uma semana a convicção de que Guaidó é a "pessoa certa" para liderar o país, e falou com o autoproclamado presidente interino da Venezuela por telefone na quarta-feira.
Na altura, Hunt transmitiu a admiração pela "coragem" de Guaidó e prometeu levantar a questão na reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros europeus que decorreu no dia seguinte, em Budapeste.
Por sua vez, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela pediu maior pressão sobre o presidente Nicolás Maduro, através de sanções e do seu reconhecimento como líder legítimo do país.
"Guaidó disse estar na altura de pressionar o regime de Maduro, de retirar o apoio aos responsáveis pela opressão e de apoiar os esforços para assegurar que a transição democrática do governo ocorra o mais rápido possível", revelou um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros britânico.
Juntamente com Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Holanda e Portugal, o Reino Unido deu até domingo a Nicolás Maduro para convocar eleições, ou o líder da oposição Juan Guaidó seria reconhecido como presidente do país.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, 56 anos, chefe de Estado desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
A repressão dos protestos antigovernamentais da última semana provocou 35 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.
Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.
Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.