Uma equipa de mais de 200 centista revelou, na quarta-feira, a primeira imagem de um buraco negro. No entanto, tal só foi possível com um algorítmo desenvolvido por Katie Bouman, uma investigadora de 29 anos.
Há três anos, quando estudava Ciência da Computação e Inteligência Artifical no MIT (Massachusetts Institute of Technology), Bouman criou um algorítmo que, agora, contribuiu para captar a imagem do buraco negro localizado numa galáxia distante, a M87.
Ao longo dos anos, a rede global de telescópios conhecida como o projeto Event Horizon Telescope (EHT), destinada a capturar uma imagem de um buraco negro, produziu milhões de gigabytes de dados através de uma técnica conhecida como interferometria, que sobrepõem duas ou mais ondas, criando uma nova e diferente.
Só com o tratamento desses dados, emitidos por um conjunto de oito radiotelescópios terrestres, foi possível alcançar este feito histórico.
Foi aí que entrou o algorítmo de Katie Bourman que, em conjunto com outros, fez uso da técnica de segmentação de instruções, que permite que ao processador do computador realizar a busca de uma ou mais instruções.
"Desenvolvemos formas de gerar dados sintéticos, usamos algorítmos diferentes e testamos para ver se conseguiamos recuperar uma imagem", explicou a jovem investigadora à CNN.
O resultado do trabalho de Katie Bourman e de mais de 200 investigadores culminou na imagem histórica onde é possível ver a estrutura em forma de anel que Albert Einstein tinha previsto há mais de cem anos na teoria da Relatividade Geral.
Katie partilhou no Facebook a sua reação ao olhar para a imagem: "Observo incrédula a primeira imagem que fiz de um buraco negro".
A jovem investigadora, que vai começar a dar aulas no Instituto de Tecnologia da Califórnia, foi também foi saudada pelo MIT e pelo Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica nas redes sociais.