Os Estados Unidos proibiram a entrada no país ao chefe do Exército birmanês e três outros responsáveis militares na sequência da "limpeza étnica" dos rohingya, anunciou na terça-feira em comunicado o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo.
"O Governo dos EUA é o primeiro a agir publicamente contra os altos funcionários do Exército birmanês", afirmou Mike Pompeo, acrescentando que os militares em causa foram alvo destas sanções com base em "informações confiáveis" sobre o seu envolvimento em "graves violações de direitos humanos".
Mais de 740 mil rohingyas procuraram refúgio no vizinho Bangladesh, sobretudo na zona de Cox's Bazar, desde meados de agosto de 2017, quando foi lançada, no Estado de Rakhine (oeste de Myanmar, antiga Birmânia), uma operação militar do Exército contra o movimento Exército de Salvação do Estado Rohingya devido a ataques dos rebeldes a postos militares e policiais.
A campanha de repressão do Exército de Myanmar contra esta minoria muçulmana, que foi descrita pelas Nações Unidas como limpeza étnica e um possível genocídio, incluiu o assassínio de milhares de pessoas, a violação de mulheres e de crianças e a destruição de várias aldeias.
Myanmar, de maioria budista, não reconhece esta minoria e impõe múltiplas restrições aos rohingyas, nomeadamente a liberdade de movimentos.
Desde que a nacionalidade birmanesa lhes foi retirada em 1982, os rohingyas têm sido submetidos a muitas restrições: não podem viajar ou casar sem autorização, não têm acesso ao mercado de trabalho, nem aos serviços públicos (escolas e hospitais).No dia 26 de junho a procuradora-geral do Tribunal Penal Internacional, Fatou Bensoud, anunciou que quer investigar o êxodo da minoria muçulmana rohingya para o Bangladesh.
Lusa