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Caracas acusa Washington de terrorismo económico

Os Estados Unidos congelaram todos os ativos do Governo venezuelano.

Caracas acusa Washington de terrorismo económico
Leonardo Fernandez

Caracas acusou hoje Washington de "terrorismo económico" contra a Venezuela, ao congelar "arbitrariamente" todos os ativos do Governo venezuelano.

"Washington emitiu uma ordem executiva que pretende formalizar o criminoso bloqueio económico, financeiro e comercial já em marcha, que tem ocasionado feridas na sociedade venezuelana durante os últimos anos", explica um comunicado.

O documento, divulgado em Caracas pelo Ministério de Relações Exteriores, sublinha que "o propósito é enforcar o povo venezuelano para forçar uma mudança de governo, em aberta violação dos princípios da Carta das Nações Unidas".

O comunicado chama os venezuelanos à união "para enfrentar o terrorismo económico e político nesta nova fase".

Por outro lado, o presidente da Assembleia Nacional (parlamento) da Venezuela, o opositor Juan Guaidó, disse hoje que as recentes medidas dos EUA contra o Governo de Caracas têm como propósito proteger os ativos dos venezuelanos.

"Com esta medida, a CITGO (subsidiária nos EUA da petrolífera estatal angolana) e todos os seus ativos estão protegidos. Além disso, qualquer dívida que o regime pretenda contrair, com ativos da nação, será ilegal. Quem quiser beneficiar-se da crise será afugentado".

Segundo Juan Guaidó, "qualquer pessoa, empresa, instituição ou nação que pretenda negociar com o regime estará, para fins de justiça internacional, colaborando e sustentando uma ditadura, e estará sujeito a sanções e cúmplice de crimes que não prescrevem".

"A ação anunciada tem exceções humanitárias em relação a alimentos e medicamentos. Também protege o setor privado que não faz negócios com uma ditadura que sempre atacou o aparelho produtivo", explica.

Os Estados Unidos congelaram todos os ativos do Governo venezuelano, uma decisão anunciada pela Casa Branca esta segunda-feira que traduz uma escalada das tensões com o líder socialista Nicolás Maduro.

A proibição aos norte-americanos de efetuarem quaisquer negócios com o Governo da Venezuela também entra em vigor imediatamente.

Lusa