O diretor da Agência Nacional do Petróleo brasileira (ANP) comparou esta segunda-feira os ataques a refinarias na Arábia Saudita com os do 11 de setembro nos Estados Unidos da América em relação ao nível do risco no setor.
"Do ponto de vista do risco, o evento de sábado pode ser considerado uma espécie de 11 de setembro do mercado do petróleo. Depois dele, a sensação de risco aumentará. E medidas preventivas serão adotadas, o que também impactará nos custos", escreveu Décio Oddone na rede social Twitter.
O ataque com aviões não tripulados ('drones') às principais instalações petrolíferas da Arábia Saudita, no sábado, provocou a destruição de 5,7 milhões de barris de petróleo (mais de 05% da produção diária mundial) e foi reivindicado pelos rebeldes Houthis no Iémen, mas os EUA afirmaram ter provas de que o Irão está por detrás deste episódio.
O ataque levou a uma corrida por contratos futuros de petróleo por parte de investidores.
As cotações brasileiras chegaram a subir 20% no domingo, mas recuaram hoje, após declarações do Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a libertação de reservas estratégicas do país.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Décio Oddone avalia que a subida nas cotações internacionais é favorável para o desenvolvimento das reservas brasileiras.
A ANP fará nos próximos meses três leilões de áreas petrolíferas, incluindo um megaleilão do pré-sal (área localizada no litoral do Brasil onde estão as maiores reservas de petróleo e gás do país).
A expectativa é que a maior perceção de risco no mercado do Médio Oriente possa levar a que empresas gigantes do setor priorizem regiões com menor potencial de conflitos, como é o caso do Brasil, de acordo com a imprensa local.
Citado pela Folha de S. Paulo, Décio Oddone afirmou ainda que a crise sentida após o ataque a instalações petrolíferas na Arábia Saudita vai ser ultrapassada, "como sempre passa", e que a situação pode ser positiva "para o pré-sal e para os outros ativos [de petróleo e gás] " brasileiros.
Lusa