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Erdogan exclui qualquer negociação com forças curdas da Síria

Instado pelos países ocidentais a suspender a sua ofensiva na Síria, o Presidente da Turquia recusa sentar-se à mesa e exigiu que os curdos deponham as armas e retirem-se da fronteira turca.

Erdogan exclui qualquer negociação com forças curdas da Síria
Burhan Ozbilici
Cavit Ozgul

"Alguns dirigentes tentam realizar uma mediação. Nunca na história da República turca houve algo como sentar-se à mesma mesa com uma organização terrorista", declarou Erdogan num discurso perante o grupo parlamentar do seu partido no poder.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, instado pelos países ocidentais a suspender a sua ofensiva na Síria, excluiu hoje qualquer negociação com as forças curdas e exigiu que estas deponham as armas e se retirem da fronteira turca.

"Não procuramos um mediador, não precisamos dele", insistiu.

A Turquia lançou na semana passada uma ofensiva no nordeste da Síria contra a milícia curda das Unidades de Proteção Popular (YPG), aliada dos ocidentais no combate aos 'jihadistas' do grupo Estado Islâmico, mas considerada terrorista por Ancara.

"A nossa proposta é a seguinte: imediatamente, hoje à noite, que todos os terroristas deponham as suas armas e equipamentos, destruam todas as suas fortificações e se retirem da zona de segurança que estabelecemos", declarou Erdogan.

O objetivo da operação é criar uma "zona de segurança" de 32 quilómetros de extensão ao longo da fronteira entre a Turquia e Síria para manter as YPG à distância e repatriar uma parte dos 3,6 milhões de refugiados sírios no território turco.

"Logo que o que descrevemos for feito, de Minbej à fronteira iraquiana, a nossa operação 'Fonte de Paz', que apenas visa os terroristas, terminará por si mesma", adiantou.

As declarações acontecem quando Ancara está sob pressão dos Estados Unidos, que a exortam a acabar com a operação militar em solo sírio.

O vice-presidente norte-americano, Mike Pence, e o secretário de Estado, Mike Pompeo, devem encontrar-se na quinta-feira com os dirigentes turcos para os convencerem a negociar um cessar-fogo.

Com Lusa