O congressista democrata Elijah Cummings, defensor dos direitos civis e presidente de um dos comités do inquérito que visa a destituição do Presidente dos EUA, Donald Trump, morreu esta quinta-feira, num hospital de Baltimore, disse um porta-voz.
Cummings, de 68 anos, era uma das vozes mais influentes na Câmara de Representantes, onde ocupava o lugar pelo estado de Maryland há 13 mandatos sucessivos, tendo sido nomeado presidente do comité de supervisão e reforma, uma das três comissões que lidera o inquérito de destituição de Donald Trump, acusado de abuso de exercício de poder.
O congressista não resistiu a "complicações relacionadas com problemas de saúde de longa data", tendo falecido no hospital de Johns Hopkins, em Baltimore, segundo Trudy Perkins, um porta-voz do Congresso norte-americano.
A líder da maioria Democrata na Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, tinha em Elijah Cummings um dos mais poderosos aliados, nomeadamente no momento em que decidiu iniciar o processo de 'impeachment' contra o Presidente norte-americano.
Cummings foi muito crítico da forma como Trump atuou face ao inquérito do procurador-especial Robert Mueller, sobre a interferência do Governo russo nas eleições presidenciais de 2016, dizendo que as obstruções do Presidente à justiça foram "muito piores do que Watergate", referindo-se ao caso que levou à demissão do Presidente Richard Nixon, em 1974.
Os dons de oratória de Cummings eram famosos no Capitólio, bem como a forma aplicada como defendia as suas causas, como a luta em favor dos direitos civis ou a luta contra a pobreza nos subúrbios da sua cidade de Baltimore.
Elijah Cummings não gostou, por isso, de ouvir Donald Trump criticar a cidade de Baltimore, dizendo que era uma "lixeira infestada de roedores" onde "nenhum ser humano gostaria de viver", tendo-lhe respondido que ficava mal a um Presidente criticar dessa forma bairros que pertencem ao país que lidera.
Donald Trump já enviou as condolências à família de Cummings, através da sua conta pessoal da rede social Twitter, dizendo que assistiu nele à "força, paixão e sabedoria" na forma como se deve fazer política.
O congressista hoje falecido foi uma das primeiras figuras do Partido Democrata a ficar ao lado da candidatura presidencial de Barack Obama, em 2008, e tornou-se uma voz ativa na defesa do sistema de saúde conhecido como Obamacare, que o Presidente Trump quer agora rejeitar.
Lusa