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Presidente moçambicano reeleito com 73% dos votos 

Com os resultados de hoje, Filipe Nyusi viu reforçado os resultados de há cinco anos.

Filipe Nyusi
Filipe Nyusi
Ferhat Momade

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, foi reeleito à primeira volta para um segundo mandato, com 73% dos votos, anunciou hoje a Comissão Nacional de Eleições, na divulgação dos resultados oficiais da votação de 15 de outubro.


Filipe Nyusi foi candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder desde a independência.
Em segundo lugar ficou Ossufo Momade, candidato da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, com 21,88%, e em terceiro Daviz Simango, líder da Movimento Democrático de Moçambique (MDM), com 4,38%.


Mário Albino, candidato pela Ação de Movimento Unido para Salvação Integral (AMUSI), obteve 0,73%.


A abstenção foi de 49,26%, com o número de votantes a ascender a 6.679.008 de um total de 13.162.321 inscritos, anunciou a CNE.


Os resultados foram anunciados numa cerimónia pública em Maputo, em que Abdul Carimo, presidente da CNE, leu uma por uma as tabelas de resultados de cada círculo eleitoral relativas a cada eleição - presidenciais, legislativas e provinciais.


Na altura, quando que se candidatou para suceder a Armando Guebuza, Nyusi teve 57,03% dos votos e o seu principal opositor, Afonso Dhlakama, antigo líder da Renamo (falecido em maio de 2018), recolheu 36,61%, cabendo 6,36% dos votos a Daviz Simango, do MDM.


Nestas eleições, Nyusi e a Frelimo venceram com maioria absoluta nas três eleições em todos os círculos eleitorais - 11 no país, mais dois no estrangeiro (África e Resto do Mundo).


No parlamento, a Frelimo reforça a maioria e vai passar a ter mais de dois terços dos lugares, cabendo-lhe 184 dos 250 deputados, ou seja, 73,6% dos lugares, restando 60 (24%) para a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e seis assentos (2,4%) para o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), anunciou a CNE.


A Frelimo consegue mais 40 deputados que há cinco anos, a Renamo perde 29 e o MDM perde 11.


A maioria de dois terços é requerida para aprovar alterações à Constituição, para matérias referentes ao estatuto da oposição, para a eleição do Provedor de Justiça e ainda para acionar ações penais contra o Presidente da República ou impedir vetos presidenciais a leis reexaminadas, lê-se na própria lei fundamental.


A Frelimo conseguiu ainda vencer com maioria absoluta cada uma das eleições para as assembleias provinciais, onde, pela primeira vez, o governador é eleito em vez de ser nomeado pelo poder central.


Em 2014, a Renamo tinha conseguido conquistar a maioria dos lugares em três das 10 assembleias provinciais do país, na Zambézia, Tete e Sofala.


Os resultados não foram aceites pelos partidos da oposição no parlamento, Renamo e MDM, alegando fraude generalizada.
Ambas as forças políticas anunciaram através dos seus órgãos, já há vários dias, repúdio pela forma como decorreu o processo eleitoral e os seus representantes na CNE, bem como alguns membros da sociedade civil, votaram contra o apuramento final.


Os resultados foram aprovados com nove votos a favor e oito contra na reunião de sexta-feira da CNE.


Os resultados deverão agora ser enviados para validação do Conselho Constitucional.


A marcação da data de investidura dos candidatos eleitos para deputados da Assembleia da República e membros das assembleias provinciais deve acontecer até 15 dias após a publicação em Boletim da República dos resultados do apuramento, lê-se no calendário oficial.


Até oito dias após a investidura do novo parlamento, cabe ao Conselho Constitucional marcar a data exata da tomada de posse do Presidente da República.

Lusa