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PSOE vence em Espanha sem maioria, Vox duplica votação

Grande subida da noite é protagonizada pelo Vox.

PSOE vence em Espanha sem maioria, Vox duplica votação
Sergio Perez

Em Espanha, quando já estão contados mais de 99% dos votos, confirma-se a vitória do PSOE.

Os socialistas elegem 120 deputados, longe dos 176 lugares necessários para terem maioria nas Cortes Gerais. Em segundo, o PP cresceu e obteve 87 representantes.

A grande subida da noite foi protagonizada pela extrema-direita. O Vox mais do que duplicou a votação, tornando-se assim na terceira força política espanhola, e elege 52 deputados.

Já o Unidas Podemos com projeção de 35 eleitos e o Cidadanos com 10 foram os derrotados da noite. O partido de Alberto Rivera não foi além dos 10 deputados e foi ultrapassado pela esquerda republicana catalã.

Com estes resultados, o bloco de partidos da esquerda espanhola formado pelo PSOE, Podemos e Mais País (extrema-esquerda) supera em seis deputados o de direita formado pelo PP, Vox e Cidadãos. Mas, mais uma vez, o cenário político em Espanha deverá ficar num impasse.

Sánchez quer formar "Governo progressista" com a ajuda de todos

O secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, apelou a "todos os partidos" para que atuem "com responsabilidade e generosidade" para desbloquearem o impasse político em Espanha, assegurando que pretende formar um Governo progressista.

"Ganhámos as eleições e a partir de amanhã [segunda-feira] vamos trabalhar para esse Governo progressista do PSOE", concluiu Sánchez num pequeno discurso de vitória perante cerca de 200 militantes e apoiantes do PSOE reunidos em frente à sede nacional do partido, em Madrid.

Líder do PP diz que "a bola está do lado" de Pedro Sánchez

No exterior da sede, diante de 100 pessoas e acompanhado pelos principais deputados do partido, Pablo Casado deixou claro que os interesses do PP são "incompatíveis" com a abordagem de Sánchez, embora tenha esclarecido que o partido "exercerá a sua responsabilidade e a sua alternativa".

Deste modo, Pablo Casado deixou a sua posição em aberto, depois de verificar que o PP obteve um "bom resultado", com 21 assentos a mais do que nas últimas eleições em 28 de abril, salientando no entanto, que Espanha teve um mau resultado para a sua "governação e para o seu futuro" acrescentando que Sánchez foi "o grande derrotado" do dia, depois de perder três lugares.

Líder do Vox garante que não vai defraudar os eleitores

O líder do partido de extrema-direita, Santiago Abascal, diz que não vai defraudar os eleitores.

O porta-voz da comissão de campanha do Vox (extrema-direita), o eurodeputado Jorge Buxadé, mostrou-se convicto de que o resultado eleitoral servirá para consolidar o projeto do Vox como "alternativa social e patriota" que os espanhóis querem.

Unidas Podemos disposto a apoiar governo socialista para travar extrema-direita

Pablo Iglesias, do Unidas Podemos, perdeu força no Parlamento e diz-se disponível para apoiar um governo socialista, dado até ao crescimento da direita e extrema-direita.

“É necessário negociar e partilhar responsabilidades”.

Líder do Cidadanos anuncia congresso extraordinário após mau resultado

O líder do partido espanhol Cidadanos (direita liberal), Albert Rivera, propôs a convocação de um congresso extraordinário após assumir a responsabilidade pelos maus resultados.

O líder do Cidadãos anunciou que convocou para esta segunda-feira uma reunião extraordinária da direção do partido para analisar os resultados eleitorais.

Depois de felicitar o líder do PSOE (socialista), Pedro Sánchez, pela vitória, Rivera reconheceu o "mau resultado" alcançado pelo Cidadanos.

Quartas eleições em quatro anos

As urnas abriram em Espanha às 09:00 locais (08:00 em Lisboa) para as eleições legislativas, as quartas em quatro anos, com as sondagens a indicar uma maior fragmentação do voto.

No total foram instaladas quase 60.000 mesas e mais de 210.000 urnas em 50 províncias e nas cidades de Ceuta e Melila, no norte de África.

Dia de eleições sem incidentes na Catalunha após noite de violência

Na Catalunha, o dia foi calmo e sem incidentes, depois de uma noite marcada por protestos e episódios de violência em Barcelona. O dispositivo de segurança foi reforçado por 2.500 agentes este fim de semana.

Com Lusa