Donald Trump fez esta madrugada o anual discurso sobre o Estado da União, o terceiro do seu mandato. Não falou sobre o processo de impeachment, focou-se na economia ou no comércio.
Um discurso cheio de auto-elogios e críticas veladas a Obama
Para Trump, se "as políticas económicas falidas do Governo anterior" não tivessem sido revertidas, "o mundo agora não estava a ver esse grande êxito económico", com criação de emprego, descida de impostos e de luta "por acordos comerciais justos e recíprocos".
"A nossa agenda é implacavelmente pró-trabalhadores, pró-família, pró-crescimento e, sobretudo, pró-Estados Unidos", sublinhou o chefe de Estado norte-americano, acrescentando ter dado início, há três anos, "ao grande regresso" do país.
"Inacreditavelmente, a taxa média de desemprego durante o meu Governo é menor do que durante qualquer outra administração na história do nosso país".
Sobre o comércio, um dos pilares da administração Trump, o Presidente dos Estados Unidos afirmou ter prometido aos cidadãos norte-americanos que ia impor "taxas alfandegárias à China para resolver o roubo maciço de empregos", proclamando: "A nossa estratégia funcionou".
Depois de quase 18 meses de "guerra" comercial, Trump assinou em dezembro uma trégua parcial com Pequim.
O Presidente norte-americano falou ainda da substituição do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA, na sigla em inglês), assinado com o México e o Canadá durante a presidência de Bill Clinton, pelo renegociado T-MEC.
"Muitos políticos vieram e foram com a promessa de mudar ou substituir o NAFTA, mas no fim não fizeram absolutamente nada. Ao contrário de muitos outros antes de mim, eu cumpro as minhas promessas".
Trump promete mais 805 quilómetros de muro de separação com o México
Já foram concluídos mais de 165 quilómetros de muro e "haverá mais" 805 quilómetros construídos "no início do próximo ano", declarou Donald Trump sobre o projeto de combate à entrada de imigrantes ilegais pela fronteira sul dos Estados Unidos.
Por outro lado, o chefe de Estado norte-americano disse apoiar "as esperanças" de cubanos, nicaraguenses e venezuelanos "para restaurar a democracia" nos seus países.
"À medida que restauramos a liderança dos Estados Unidos no mundo, continuamos a apoiar a liderdade no nosso hemisfério. É por isso que a meu Governo revogou as políticas falidas da administração anterior sobre Cuba. Estamos a apoiar as esperanças de cubanos, nicaraguenses e venezuelanos para restaurar a democracia".
No mesmo discurso, Trump aproveitou para prestar homenagem ao líder opositor da Venezuela Juan Guaidó, presente no Capitólio, prometendo "esmagar a tirania" do regime de Nicolás Maduro.
"Maduro é um dirigente ilegítimo, um tirano que trata o seu povo com brutalidade. Mas o seu mandato de tirania será esmagado e destruído". "Connosco na galeria está o presidente legítimo da Venezuela Juan Guaidó. Todos os norte-americanos estão unidos com o povo venezuelano na justa luta pela liberdade".
Juan Guaidó é reconhecido como presidente interino por mais de 50 nações, incluindo Portugal, depois de o líder da oposição se ter autoproclamado presidente interino da Venezuela em 23 de janeiro de 2019.