A fabricante europeia Airbus revelou esta terça-feira os seus planos para colocar até 2035 nos céus três modelos de aviões comerciais movidos a hidrogénio, depois do setor aeronáutico ser atingido pelo movimento "flygskam" (vergonha de voar) devido às emissões de CO2.
Guillaume Faury, diretor executivo da empresa, considera que estes três conceitos de aeronave - intitulados ZEROe - marcam um “momento histórico” para a aviação comercial, porque o uso de hidrogénio tem o potencial de “reduzir significativamente o impacto da aviação no clima”.
Os três modelos da Airbus têm todos visuais diferentes, sendo que o maior poderá transportar até 200 passageiros e terá capacidade para voar duas mil milhas. Já a versão mais pequena terá metade da capacidade e alcance.
Ainda assim, a fabricante admite que para a ideia resultar, é necessário um largo investimento por parte dos aeroportos para renovarem as suas infraestruturas.
"Juntos, com o apoio dos governos e parceiros industriais, conseguiremos enfrentar este desafio de tornar o futuro da aviação mais sustentável”, disse Guillaume Faury, citado pela BBC.
Os novos conceitos de avião da Airbus são fruto de uma investigação conjunta com a EasyJet sobre aeronaves elétricas e híbridas.
Esta não é a primeira vez que o hidrogénio é apontado como futuro da aviação. O seu uso remonta já ao início do século 20, mas o desastre com o dirigível Hindenburg em 1937 colocou, até agora, um ponto final nessa hipótese.