A Rússia expulsou três diplomatas europeus por, alegadamente, terem participado nos protestos de apoio ao principal opositor do Presidente Vladimir Putin. O chefe da diplomacia da União Europeia está em Moscovo para discutir a libertação de Alexei Navalny e já condenou a decisão.
O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros diz que é inaceitável que diplomatas da Alemanha, Suécia e Polónia participem em manifestações consideradas ilegais. O Governo sueco considera as acusações infundadas e o alemão afirma mesmo serem impróprias de um Estado de Direito. Já o Executivo polaco pede que a decisão seja revista.
Josep Borrell, chefe de diplomacia da União Europeia, está em Moscovo para pedir a libertação do opositor de Putin, Alexei Navalny, e já condenou a decisão russa. Mesmo antes dos diplomatas terem sido expulsos, Borrell tinha dito que a relação entre os 27 e a Rússia atingiu um ponto muito baixo.
A União Europeia diz que respeita a soberania russa, mas avança que Moscovo também tem de respeitar os diretos humanos – a bem do futuro das relações diplomáticas. O ministro russo dos Negócios Estrangeiros nega que a Rússia tenha tentado matar Alexei Navalny e fala numa conspiração ocidental.
Soube-se, entretanto, que o médico que tratou Navalny ainda na Rússia morreu, mas a causa da morte não foi divulgada. A equipa do ativista está a considerar a hipótese de se tratar de um crime.
Dias depois de ser condenado a dois anos e oito meses de prisão, o opositor de Putin voltou a tribunal. Desta vez por, alegadamente, ter difamado um veterano da II Guerra Mundial. Antes, a razão apresentada foi por não se ter apresentado às autoridades russas enquanto estava a recuperar do envenenamento, na Alemanha. Navalny diz que os processos são uma farsa e que têm como objetivo silenciá-lo.
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