Milhares de pessoas estão a perder o medo e a sair à rua na antiga Birmânia em protesto contra o golpe militar. As autoridades estão a recorrer a canhões de água, mas os manifestantes prometem manter a contestação e apelam à greve geral.
Há uma semana, os militares tomaram o país à força. Mais de 150 pessoas, entre deputados, responsáveis locais e ativistas continuam detidos, incluindo a chefe de Governo e antiga Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi.
As ligações à internet foram parcialmente restabelecidas no domingo, mas o acesso ao Facebook, principal ferramenta de comunicação para milhões de birmaneses, continua a restrito.
Estas são as manifestações mais importantes desde a revolta popular de 2007. Nessa altura, a contestação foi violentamente reprimida pelos militares.
A televisão estatal vai deixando por agora o aviso de que a qualquer momento as autoridades podem atuar contra quem colocar em causa a estabilidade do país.
Ao lado dos manifestantes na exigência do regresso da democracia está o Papa Francisco, que pede aos militares um passo atrás.
Os militares contestam o resultado das eleições de novembro, que quase fez desaparecer do mapa político o partido que apoiam. A Liga Nacional para a Democracia de Suu Kiy venceu com maioria absoluta.