Um rapper espanhol foi preso por injúria à monarquia e glorificação do terrorismo. Pablo Hasél tinha-se barricado numa universidade em protesto contra o que diz ser um ataque à liberdade de expressão.
Ativistas e apoiantes do rapper tentaram impedir que a polícia espanhola o detivesse. Foi condenado a nove meses de prisão por causa de letras de músicas e de mensagens publicadas no Twitter.
Deveria ter-se entregado até sexta-feira passada, mas esta segunda barricou-se na Universidade de Lérida, a 150 km de Barcelona. Um dia depois, e ao fim de duas horas de operação, os Mossos de Esquadra fizeram cumprir a decisão do tribunal.
Pablo Hasél foi julgado por acusar Felipe VI e o rei emérito, Juan Carlos, de homicídio e desvio de fundos. Chamou Juan Carlos de chefe da máfia, disse que as autoridades espanholas torturam e matam migrantes e manifestantes e saiu em defesa de grupos terroristas, como a ETA.
O cantor afirma que vai para a cadeia de cabeça erguida, enquanto pede o fim da uma monarquia que considera ditatorial.
Mais de 200 personalidades espanholas assinaram um manifesto contra a condenação de Pablo Hasél. Também à porta da Universidade de Lérida, meia centena de estudantes participou numa manifestação de apoio ao rapper.
O caso já levou o Governo de Espanha a prometer uma revisão à lei de forma a que o que consideram ser excessos verbais em manifestações artísticas não sejam punidos com pena de prisão.