Um congressista apresentou esta sexta-feira uma queixa contra o ex-presidente Donald Trump, um seu filho, um advogado e um legislador, acusando-os de terem incitado uma multidão a invadir o Capitólio, no dia 6 de janeiro.
Nesse dia, durante um comício junto da Casa Branca, o então Presidente dos EUA, Donald Trump, disse aos seus apoiantes para se dirigirem ao Congresso, onde decorria a validação da vitória de Joe Biden na contagem de votos do Colégio Eleitoral, levando uma multidão a invadir o Capitólio, num ataque que matou cinco pessoas.
"Incapaz de aceitar a derrota, Donald Trump travou uma guerra aberta contra a transição pacífica do poder" para Joe Biden, escreveu na queixa Eric Swalwell, membro da Câmara de Representantes pelo Partido Democrata. "Ele mentiu repetidamente aos seus apoiantes, quando disse que a eleição foi roubada e, finalmente, convocou os seus apoiantes para se deslocarem a Washington" para uma manifestação, em 06 de janeiro, acrescentou o legislador.
Eric Swalwell também incluiu na queixa o filho do ex-Presidente Donald Trump Jr., o advogado Rudolph Giuliani e o membro republicano da Câmara de Representantes Mo Brooks, acusando-os de fazerem "alegações falsas e incendiárias de fraude e roubo", que terão incentivado ao ataque ao Capitólio.
"Eles reuniram-se, inflamaram e encorajaram a multidão. Como tal, são totalmente responsáveis pelos danos e destruição que se seguiram", acusa Swalwell.
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Ação criminal visa Trump como cidadão e não como ex-presidente
A ação criminal - que visa Trump na sua qualidade de cidadão e não como ex-presidente - cita uma lei federal de direitos civis que foi usada para combater a intimidação por parte de membros do grupo racista Ku Klux Klan.
Um porta-voz de Donald Trump, Jason Miller, já reagiu a esta queixa, numa declaração ao jornal Washington Post, dizendo que Eric Swalwell "vale menos do que nada e não tem credibilidade".
"É uma vergonha que um legislador, como Swalwell, ainda tenha assento no comité de inteligência do Congresso", disse Miller.
Esta não é a primeira queixa criminal contra Trump, depois de o membro da Câmara de Representantes Bennie Thompson ter apresentado idêntico processo judicial em meados de fevereiro.
Antes disso, Trump foi alvo de um segundo processo de destituição, acusado de "incitar à insurreição", por ter convocado os seus apoiantes a deslocarem-se até ao Capitólio, tendo sido absolvido pelo Senado, em 13 de fevereiro.