Os Estados Unidos suspenderam o acordo comercial com Myanmar até que um governo democrático seja eleito. A decisão surge depois do fim de semana mais sangrento desde o início da vaga de protestos contra a junta militar que tomou o poder no país.
Apesar do clamor internacional provocado pelas imagens de violência que nos últimos dois meses têm chegado de Myanmar, a junta militar que tomou o poder na antiga Birmânia não dá sinais de cedência.
Com poucas fontes independentes no terreno, o número vítimas e as circunstâncias em que morreram são difíceis de apurar, mas o Gabinete para os Direitos Humanos das Nações Unidas estima que só este sábado, mais de uma centena de civis, incluindo crianças, tenham morrido durante manifestações reprimidas por forças policiais e militares que terão recorrido a fogo real para dispersar os protestos.
Esta segunda-feira, Moscovo, um aliado estratégico de Myanmar, criticou a morte de civis e sublinhou que as boas relações com o país, que passam pelo fornecimento de equipamento militar, não significam uma aprovação de acontecimentos trágicos.
No dia 1 de fevereiro, os militares afastaram do poder e prenderam Aung San Suu Kyi, a líder do governo, que acusam de fraude eleitoral. A Junta Militar declarou o estado de emergência até à realização de novas eleições e terá, entretanto, detido milhares de pessoas, entre políticos opositores e manifestantes.