Terrorismo de estado e uma grave violação ao direito internacional. A Bielorrússia está a ser alvo de duras críticas por ter obrigado um avião comercial da Ryanair a aterrar em Minsk com o único objetivo de deter um jornalista que faz oposição ao regime do Presidente Lukashenko.
O que parecia ser um voo regular da Ryanair este domingo à tarde, entre Atenas e a capital da Lituânia, torna-se um caso com consequências ainda por determinar. Ao sobrevoar o espaço aéreo Bielorrusso, o piloto foi instruído para aterrar de emergência na capital, Minsk, por alegada bomba a bordo, uma suspeita que não se veio a comprovar.
Escoltado pela aviação militar bielorussa até ao aeroporto, os 126 passageiros foram obrigados a abandonar o avião. Entre eles estava Roman Protasevich, jornalista oposicionista ao atual regime da Bielorrússia, acompanhado da namorada, Sofia Sapega, russa e estudante na Lituânia. Ambos ficaram detidos. No voo seguiam aparentemente cinco elementos dos serviços secretos bielorussos.
Os restantes passageiros ficaram retidos várias horas no aeroporto, até voltarem a embarcar com direção ao destino original, Vílnius, quartel general da oposição bielorussa e onde o governo lituano declarou.
Roman Protasevich é fundador de um canal oposicionista ao atual presidente da Bielorrússia, cuja eleição de 2020 não foi validada internacionalmente e cuja revolta civil tem sido alvo de repressão polícial há cerca de nove meses.
Alexander Lukashenko está no poder há 26 anos, justamente a idade do jornalista agora detido e que pode enfrentar uma pena de prisão de 15 anos, além da fúria das autoridades do país.
Desde o incidente, as companhias aéreas começaram a evitar o espaço aéreo da Bielorrússia.
A Rússia, principal aliada do regime de Lukashenko já veio dizer que considera hipócritas as reações dos vários países ocidentais.