Os Estados Unidos exigem a libertação imediata do jornalista bielorusso e uma investigação internacional.
Numa mensagem publicada no twitter, o secretário de estado Antony Blinken diz que o país condena o ato chocante do regime de Lukashenko de desviar um voo comercial para prender um jornalista. Garante ainda que os Estados Unidos estão do lado do povo da Bielorrússia, e que estão a coordenar uma resposta com os países parceiros.
Um jornalista bielorrusso, Roman Protasevich, foi detido quando o avião em que seguia aterrou de emergência na capital do país. A bordo do avião da Ryanair, 171 passageiros partiram de Atenas, na Grécia, com destino a Vílnius, na Lituânia. Tudo corria conforme o esperado até que à passagem pelo espaço aéreo da Bielorrússia, uma ameaça de bomba obrigou a uma aterragem de emergência na capital Minsk. Segundo a versão avançada pela Lituânia, os verdadeiros motivos viriam a ser conhecidos mais tarde.
Protasevich fez eco da voz de milhares de bielorrussos, que no ano passado se manifestaram durante semanas pela democracia. Centenas acabaram por ser detidos. Estavam contra a reeleição do Presidente Lukashenko que, na altura, estava no poder há 26 anos. O jornalista enfrenta a pena de morte na Bielorrússia.
A oposição política do Presidente acusa Alexander Lukashenko de rapto por ter desviado o aparelho com uma falsa ameaça de bomba. Anteriormente, o jornalista bielorrusso já tinha notado que estaria a ser seguido em Atenas, alegadamente por agentes ligados aos serviços secretos da Bielorrússia.
Líderes europeus pedem "sanções imediatas" contra a Bielorrússia
Vários países europeus exigiram este domingo uma "explicação imediata" da Bielorrússia, depois de um caça bielorrusso ter intercetado um avião no qual seguia o jornalista e ativista da oposição Roman Protasevich, que acabou detido no aeroporto de Minsk.
O Ministério português dos Negócios Estrangeiros considerou este domingo "inaceitável" e merecedora de uma "firme condenação" a aterragem forçada na Bielorrússia de um avião em que seguia o jornalista Roman Protasevich, pedindo a "libertação imediata" deste.
O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros alemão exige "uma explicação imediata". Enquanto o líder da diplomacia francesa diz que "o sequestro de um voo Ryanair pelas autoridades bielorrussas é inaceitável".
O primeiro-ministro polaco, vai mais longe: considerou a detenção do jornalista bielorrusso um "ato de terrorismo de Estado" e assumiu ter pedido ao presidente do Conselho Europeu, "sanções imediatas" contra a Bielorrússia a partir de segunda-feira.
Desde o início dos protestos na antiga república soviética, centenas de jornalistas foram já detidos e quase 20 estão ainda presos. Entretanto, Alexander Lukashenko promulgou uma lei de segurança nacional que alarga os poderes da polícia e permite aos agentes usar armas militares para manter a ordem na Bielorrússia.