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Coreia do Norte corre risco de nova penúria alimentar

Agência da ONU para a Alimentação prevê agravamento em agosto.

Kim Jong Un numa quinta em Taedonggang numa foto sem data divulgada pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA).
Kim Jong Un numa quinta em Taedonggang numa foto sem data divulgada pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA).
© KCNA KCNA / Reuters

A Coreia do Norte corre o risco de enfrentar uma nova penúria alimentar e as dificuldades podem materializar-se já em agosto, indicou a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

O regime norte-coreano, sob várias sanções internacionais devido ao programa nuclear, há muito que luta para alimentar a população e sofre regularmente de escassez de alimentos.

A pressão sobre a economia norte-coreana foi agravada pelo encerramento das fronteiras ordenado para combater a pandemia da covid-19, mas também devido a uma série de tempestades e inundações ocorridas no ano passado.

No mês passado, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, reconheceu que o país estava a enfrentar uma "situação de tensão alimentar".

Num relatório de segunda-feira, a FAO estimou que a Coreia do Norte deverá produzir 5,6 milhões de toneladas de cereais este ano, menos 1,1 milhões de toneladas do que seria necessário para alimentar a população.

"As importações comerciais oficialmente planeadas são de 205 mil toneladas", de acordo com o relatório, o que significa um défice alimentar de cerca de 860 mil toneladas.

"Se este défice não for adequadamente coberto por importações comerciais ou ajuda alimentar, as famílias correm o risco de um período de escassez difícil entre agosto e outubro", salientou o relatório.

O encerramento das fronteiras com a China levou a uma redução das trocas comerciais com o principal aliado económico e diplomático da Coreia do Norte.

Vários tufões no verão passado causaram inundações que destruíram casas e devastaram produções agrícolas.

A Coreia do Norte sofreu uma grave crise alimentar nos anos 90 que causou centenas de milhares de mortos, na sequência da redução da ajuda de Moscovo após a queda da União Soviética.

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