Afeganistão

"A estratégia dos talibã é forçar o Governo a colapsar"

Especialista em Segurança Internacional e Terrorismo, Daniel Pinéu, comenta a ofensiva talibã no Afeganistão.

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Em seis dias, os talibã conquistaram oito capitais de província, agora contabilizam-se 11 cidades controladas pelo grupo radical islâmico.

O especialista em Segurança Internacional e Terrorismo, Daniel Pinéu considera que o Tratado de "paz" acordado entre os Estados Unidos da América e os talibã, que assegurou a saída das tropas norte-americanas do Afeganistão, permitiu uma "saída de consciência limpa".

A ofensiva talibã intensificou-se em maio, com o início da retirada das forças dos Estados Unidos da América e da Aliança Atlântica, incluindo militares portugueses.

O avanço esperado, por parte dos talibã, provocou milhares de deslocados internos e refugiados.

O especialista em Segurança Internacional e Terrorismo reforça que o número de cidades dominadas não é relevante, mas sim o controlo de pontos estratégicos que permitem o rápido e eficaz avanço a nível nacional. Com isto, Daniel Pinéu frisa que uma das estratégias é o controlo das passagens marítimas do norte, que está em perigo de acontecer, ou o controlo das passagens do sul ou leste do país, que é suficiente para dominar Afeganistão.

"A estratégia dos talibã é forçar o Governo a colapsar e não tomar por via meramente, puramente militar, de forma muito rápida o poder", acrescenta.

Na terça-feira, o Presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou não se arrepender de concluir a retirada das tropas do Afeganistão, que começou com a administração Trump. Apelou, inclusive, aos afegão para "lutarem por si mesmos".

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