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Um dos 24 portugueses residentes na Etiópia regressa hoje e não há pedidos de ajuda

A Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas não recebeu pedidos de ajuda dos outros portugueses com o agravamento do conflito no Tigray.

Um dos 24 portugueses residentes na Etiópia regressa hoje e não há pedidos de ajuda
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Um dos 24 portugueses residentes na Etiópia regressa hoje a Portugal, não se tendo registado pedidos de ajuda destes cidadãos devido ao agravamento do conflito entre o exército e os rebeldes do Tigray, disse à Lusa fonte oficial.

A Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas (SECP) adiantou à agência Lusa que se encontravam na Etiópia 24 cidadãos nacionais, um dos quais regressa hoje a Portugal, além de três elementos portugueses da Embaixada de Portugal em Adis Abeba, a capital.

"Não se regista até ao momento qualquer pedido de ajuda e a Embaixada de Portugal em Adis Abeba mantém contacto com 22 dos portugueses no país, procurando ainda estabelecer contacto com os dois cidadãos restantes", adiantou a SECP, em resposta a uma solicitação da Lusa.

Esta secretaria aconselha estes cidadãos a consultar as recomendações da Embaixada de Portugal em Adis Abeba, disponíveis no Portal das Comunidades.

Estas recomendações também têm sido transmitidas diretamente pela Embaixada nos referidos contactos com a comunidade portuguesa, adiantou a SECP.

Rebeldes de Tigray tomaram o controlo das cidades de Dessie e Kombolcha

Os rebeldes de Tigray anunciaram, no início desta semana, que tinham tomado o controlo das cidades de Dessie e Kombolcha na região de Amhara, a apenas 400 quilómetros da capital da Etiópia, Adis Abeba, ao que governo etíope respondeu com a declaração de estado de emergência em todo o país, numa fase inicial por seis meses.

Este último avanço da TPLF coloca-a no mesmo território onde operam os rebeldes do Exército de Libertação Oromo (OLA), com os quais anunciaram uma aliança no final de agosto.

Após um ano de conflito, milhares de pessoas foram mortas, cerca de dois milhões estão deslocadas internamente em Tigray e pelo menos 75.000 etíopes fugiram para o vizinho Sudão, de acordo com números oficiais.

Além disso, quase sete milhões de pessoas enfrentam uma "crise de fome" no norte da Etiópia devido à guerra, de acordo com o Programa Mundial Alimentar das Nações Unidas.

A guerra entre os rebeldes da região etíope do Tigray e o executivo central da Etiópia começou há precisamente um ano, a 04 de novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope ordenou uma ofensiva contra a TPLF como retaliação por um ataque a uma base militar federal e na sequência de uma escalada de tensões políticas.