A ONG Human Rights Watch denunciou esta semana que o "cerco efetivo" do Governo da Etiópia à região etíope do Tigray está a impedir o acesso a cuidados médicos por parte das mulheres violadas durante este ano de guerra.
Um relatório revela que combatentes do Tigray violaram, espancaram e roubaram mulheres, em agosto, em Amhara, uma região agora também afetada pelo conflito entre rebeldes e forças governamentais.
De acordo com a HRW, que ouviu as vítimas, com idades entre os 6 e os 80 anos, as duas partes do conflito são responsáveis pela prática de violência sexual generalizada e de visar deliberadamente as instalações médicas.
"O cerco efetivo do governo ao Tigray, desde junho, penaliza duplamente as vítimas", negando-lhes o acesso a cuidados médicos e psicológicos cruciais, escreveu a ONG num comunicado, citado pela Lusa.
O conflito, que já deixou milhares de mortos e mais de dois milhões de pessoas deslocadas, tem originado vários relatos de abusos contra civis por combatentes de ambos os lados.