União Europeia, Estados Unidos, NATO e OSCE analisaram os desenvolvimentos na crise Rússia-Ucrânia, incluindo a carta russa enviada aos EUA com os seus pedidos, e reafirmaram “estreita” coordenação na defesa da arquitetura de segurança europeia.
Estas foram as principais conclusões de um contacto telefónico “quadrilateral” mantido hoje entre o alto representante para a política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, e o presidente em exercício da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), o chefe da diplomacia polaca Zbigniew Rau, informou hoje Peter Stano, porta-voz da política externa comunitária.
Os quatro, que mantiveram o seu primeiro encontro neste formato em 19 de janeiro devido à presente crise, discutiram “os últimos desenvolvimentos e atividades diplomáticas relacionadas com o reforço militar da Rússia na Ucrânia e arredores”, indicou Stano em comunicado.
Borrell, Blinken, Stoltenberg e Rau abordaram os pedidos de Moscovo sobre “reorganizações” na segurança europeia, incluindo a carta de segunda-feira do ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, onde responde à missiva enviada alguns dias antes pelos Estados Unidos e que respondeu aos pedidos de garantias de segurança de Moscovo.
Necessidade de defender princípios fundamentais
A Rússia recebeu com ceticismo as observações de Washington.
“Enquanto se preparam as respostas, [os quatro] reafirmaram a necessidade de defender os princípios fundamentais da arquitetura de segurança europeia”, sublinhou o porta-voz do Serviço Europeu de Assuntos Externos, dirigido por Borrell.
O porta-voz acrescentou que foi acordado “prosseguir as discussões para abordar a situação de segurança atual, inclusive através do compromisso bilateral e multilateral e uma estreita coordenação a todos os níveis”.
No decurso da chamada que mantiveram esta tarde, os quatro sublinharam a “importância” da OSCE como “plataforma adequada para estes debates”.
A presidência polaca em exercício da OSCE pode contar com “o pleno apoio” da União europeia, concluiu o porta-voz de Borrell.
Os interlocutores reafirmaram ainda a sua determinação na defesa da “arquitetura de segurança europeia existente” e em manter “uma frente transatlântica forte e unida”.
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