Dois russos foram vistos a rondar instalações militares em Lisboa. Os homens não foram detidos e ainda não se sabe se pertencem ao grupo de funcionários expulsos abril pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Depois de expulsão dos funcionários, Portugal aguarda uma retaliação russa, uma vez que, nestes casos, se aplica a lei da reciprocidade. Se o Kremlin vier a expulsar 10 pessoas, a representação portuguesa, chefiada por Madalena Fisher, ficará vazia. Mas se só expulsarem funcionários que trabalham na Embaixada, serão apenas cidadãos russos. Para já, João Cravinho ainda não sabe o que decidirá o seu homólogo, Sergey Lavrov.
A monitorização de potenciais espiões russos não é uma novidade. No caso do Serviços de Informação e Segurança (SIS), o chamado Clube de Berna, serve de plataforma para partilhas de informação sobre agentes do Kremlin.
A SIC sabe que, já em 2014, agentes do SIS tinham fotografado russos perto de instalações da NATO, à guarda das Forças Armadas portuguesas, onde existem combustíveis e munições, na margem sul. No entanto, nessa altura, os suspeitos terão descoberto que estavam a ser controlados, reagindo com manobras de contravigilância.
Embora se tenham registado expulsões, costuma haver um canal nos serviços secretos que pode ajudar quando as vias diplomáticas se esgotam. Apesar de serem serviços rivais, já chegou a haver cooperação relacionados com o terrorismo e o narcotráfico.
Após se ter sabido que Portugal, enquanto membro da NATO, irá enviar material militar para a Ucrânia, é natural que os russos queiram apurar que tipo de equipamento dispõe o Governo português para disponibilizar. O caso vai agora continuar a ser investigado.
CONFLITO RÚSSIA-UCRÂNIA
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