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Boris Johnson arrependido: "Eu abomino o bullying e o abuso de poder em qualquer lugar"

O primeiro-ministro britânico admite estar arrependido de ter mantido Chris Pincher no cargo após as acusações de assédio sexual. A pressão sobre Boris Johnson está a aumentar e a cada hora que passa há mais membros do Governo a sair. São já mais de 30.

Boris Johnson arrependido: "Eu abomino o bullying e o abuso de poder em qualquer lugar"
HENRY NICHOLLS

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou esta quarta-feira que abomina "bullying e abuso de poder em qualquer lugar" após ter sido questionado sobre a nomeação de um conservador acusado de assédio sexual para um cargo governamental.

Boris Johnson admitiu ainda estar arrependido de ter mantido Chris Pincher como vice-presidente da bancada parlamentar conservadora.

Pincher, de 52 anos, demitiu-se na semana passada após ter sido acusado de ter apalpado dois homens. Na terça-feira, depois de alegar o contrário, Downing Street reconheceu que o primeiro-ministro tinha sido informado já em 2019 de antigas acusações contra Pincher, mas que teria esquecido o assunto.

A mais recente crise política no Reino Unido está a ser causada pela admissão de Johnson de que cometeu um "erro" ao nomear Chris Pincher.

Após estas declarações, os ministros da Saúde, Sajid Javid, e das Finanças, Rishi Sunak, anunciaram a demissão com poucos minutos de intervalo na terça-feira, cansados dos repetidos escândalos que abalam o Governo há meses, seguidos por outros membros menos graduados da equipa governativa.

A pressão sobre o primeiro-ministro britânico aumenta e a cada hora que passa há mais membros do Governo a sair. Neste momento são já mais de 30. Boris Johnson recusa demitir-se e exclui a hipótese de eleições antecipadas.

Esta quarta-feira de manhã, no debate semanal no Parlamento, Boris disse que as circunstâncias no país e na Europa são atualmente difíceis e que não é altura de desistir.

A imprensa britânica diz que o Partido Conservador poderá estar a preparar-se para alterar as regras de forma a permitir que Boris Johnson possa enfrentar uma nova moção de confiança. Como sobreviveu a uma no mês passado tem imunidade durante um ano.