Boris Johnson, o primeiro-ministro britânico, demitiu-se esta quinta-feira do seu cargo de liderança do Partido Conservador. A decisão foi o culminar dos últimos dois dias, durante os quais houve mais de 60 demissões, entre ministros, secretários de estado e outros altos cargos.
Com demissões sucessivas, num efeito de castelo de cartas periclitante e com pressões de todos os lados, o primeiro-ministro britânico viu-se forçado a sair.
A mais evidente veio esta quinta feira de Nadhim Zahawi, que nem 36 horas depois de assumir o cargo de ministro das Finanças pediu publicamente a Boris Jonhson, numa carta aberta, que se demitisse.
Zahawi disse mesmo que o chefe do Governo sabia qual era a coisa certa a fazer, até porque o descontrolo e o caos estavam completamente instalados com mais de 50 demissões no executivo, em dois dias.
Entre elas, as de cinco ministros, que culminaram ao início da manhã com a saída da responsável pela pasta da Educação, Michelle Donelan, que também era uma recém chegada a Downing Street.
Donelan tinha sido nomeada na terça-feira e demitiu-se esta quinta, pouco menos de 48 horas depois.
Na quarta-feira, saíram os ministros para o País de Gales e para a Irlanda do Norte. Este último disse mesmo que não podia continuar porque já não acreditava que o Governo defendesse os valores da honestidade, integridade e respeito mútuo. Uma declaração que mostra bem o ponto de rutura a que chegaram os mais próximos de Boris Jonhson.
Na terça-feira, quando a ecatombe começou, tinham abandonado o barco, já em risco de se afundar, os responsáveis pelas Finanças e Saúde.