Até ao último momento, pairou a dúvida. Perante a ameaça da China, iria ou não Nancy Pelosi visitar Taiwan? Foi, sim. A confirmação chegou às 15:45 (hora de Portugal continental) desta terça-feira. A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA não cedeu às pressões chinesas e aterrou em Taiwan.
Pequim já denunciou o que classifica de atitude "extremamente perigosa" tomada pelos Estados Unidos e também a Rússia já comentou. Trata-se de "uma provocação" com o objetivo de pressionar Pequim, disse Maria Zakharova, porta-voz do ministério russo dos Negócios Estrangeiros, em conferência de imprensa.
Zakharova afirmou que a Rússia apoia a China e opõe-se "veememente" à independência de Taiwan.
"O Governo chinês é o único legítimo representante legal de toda a China, e Taiwan é uma parte inseparável da China", acrescentar a representante russa.
AS AMEAÇAS DE PEQUIM
Pequim considera Taiwan, ilha democrática autónoma, como território chinês. Por isso, opõe-se a qualquer contacto entre Taipé e Washington e considera que qualquer intervenção "colocará em causa a soberania da China".
Quando foi anunciada uma possível viagem da segunda figura do Estado, os peritos acreditavam na altura que seria improvável que a China utilize a força para impedir a aterragem do avião dos EUA com Pelosi a bordo. Porém, as recentes declarações de Pequim provam o contrário. O Presidente Biden veio a público afirmar que a visita da líder do Congresso a Taiwan não seria boa ideia.
O Presidente Biden foi avisado pelo Presidente chinês para "não brincar com o fogo" em relação a Taiwan dias antes da viagem de Pelosi à Ásia.
"Aqueles que brincam com o fogo acabam por se queimar", disse o chefe de Estado chinês ao homólogo norte-americano no dia 28 de julho, citado pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua (Nova China).