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Biden assina Lei da Inflação, "uma das mais importantes da história" dos EUA

Biden assina Lei da Inflação, "uma das mais importantes da história" dos EUA
STEFANI REYNOLDS

Lei de Redução da Inflação é uma iniciativa que visa baixar os preços dos medicamentos prescritos, combater as mudanças climáticas, reduzir o défice e impor um imposto mínimo sobre os lucros das maiores empresas.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, assinou esta terça-feira a Lei de Redução da Inflação, classificando-a como "uma das mais importantes da história" do país e que procurará garantir "equidade" entre os cidadãos, perante as duras consequências económicas da pandemia.

"Não se trata apenas do hoje, trata-se do amanhã. Trata-se de trazer progresso e prosperidade para as famílias norte-americanas, mostrando aos norte-americanos que a democracia ainda funciona nos Estados Unidos, apesar de toda a conversa sobre o seu fim", disse Biden num evento na Casa Branca.

"Com esta lei, o povo americano venceu e os interesses especiais perderam", acrescentou o chefe de Estado democrata, que tornou esta terça-feira em lei um mega plano fiscal, climático e de saúde.

Após a sua mulher, Jill Biden, ter testado esta terça-feira positivo para a covid-19, o Presidente compareceu ao evento usando máscara e só a retirou para discursar.

No seu discurso, Biden recordou que o seu Governo teve início "num período sombrio na América", referindo-se à pandemia de covid-19, desemprego e ameaças à democracia.

E ainda assim não vacilamos, não cedemos. Em vez disso, estamos a apresentar resultados ao povo americano. Nós não derrubamos. Nós construímos. Não olhamos para trás. E hoje oferecemos mais uma prova de que a alma da América é vibrante, o futuro da América é brilhante e a promessa da América é real.

Em causa está a assinatura da Lei de Redução da Inflação, uma iniciativa ambiciosa do Governo de Joe Biden que visa conter a inflação, baixar os preços dos medicamentos prescritos, combater as mudanças climáticas, reduzir o défice e impor um imposto mínimo sobre os lucros das maiores empresas.

Aprovada pelo dividido Congresso, esta legislação prevê o maior investimento alguma vez feito pelos Estados Unidos da América (EUA) no clima: quase 375 mil milhões de dólares (368,9 mil milhões de euros) em programas climáticos e de energia destinados a ajudar o país a reduzir as emissões de gases do efeito estufa em cerca de 40% até 2030.

Com esta reforma, cada cidadão norte-americano receberá até 7.500 dólares (7.370 euros) de crédito fiscal para a compra de uma viatura elétrica. A instalação de painéis solares nos telhados das casas será comparticipada pelo Estado Federal em 30%. Esta medida garante também grandes mudanças na política de saúde, dando ao programa Medicare o poder, pela primeira vez, de negociar os preços de certos medicamentos prescritos e estender os subsídios de assistência médica expirados por três anos.

O pacote será financiado, em grande parte, por aumentos de impostos.

Nas votações no Congresso, apenas os democratas apoiaram o pacote, enquanto os republicanos alinharam-se contra ele. "Vamos ser claros: neste momento histórico, os democratas ficaram do lado do povo americano e todos os republicanos no Congresso ficaram do lado dos interesses particulares", observou Biden.

Todos os republicanos no Congresso votaram contra a redução dos preços dos medicamentos prescritos, contra a redução dos custos de saúde, contra o sistema tributário justo. Cada republicano, cada um, votou contra o combate à crise climática, contra a redução dos nossos custos de energia, contra a criação de empregos bem remunerados.

Vários milhares de milhões de dólares de dinheiro dos contribuintes norte-americanos serão também encaminhados para as indústrias mais poluentes do país, a fim de as ajudar na sua transição energética, uma medida fortemente criticada pela ala esquerda do Partido Democrata, que teve que cerrar fileiras para apoiar o diploma, depois de não ter conseguido alcançar um acordo mais ambicioso após longos meses de conversações.

Joe Biden percorrerá o país nas próximas semanas para explicar as vantagens desta lei assinada a menos de 100 dias das eleições intercalares agendadas para novembro.

Além disso, no dia 6 de setembro, o chefe de Estado organizará um ato para celebrar a promulgação desse ambicioso pacote fiscal, sanitário e ambiental, aprovado no passado dia 12 pelo Congresso, com o qual pretende fortalecer-se perante perante a opinião pública antes das eleições de novembro.