A Adidas encerrou a parceria com Ye, anteriormente conhecido como Kanye West, devido aos comentários ofensivos e antissemitas proferidos pelo rapper.
Num podcast, Kanye West afirmou: "posso dizer coisas antissemitas e a Adidas não me pode derrubar? E agora?". O resultado chegou esta terça-feira através de um comunicado da empresa alemã no qual pode ler-se que “não tolera antissemitismo e qualquer outro tipo de discurso de ódio”.
Mais. "Os comentários e ações recentes de Ye foram inaceitáveis, odiosos, perigosos e violam os valores da empresa de diversidade e inclusão, respeito mútuo e justiça."
Com o fim desta parceria, a empresa alemã esperar abdicar de 250 milhões de euros em receitas. No comunicado, a Adidas explica que serão dadas mais informações “no próximo anúncio de ganhos do terceiro trimestre da empresa em 9 de novembro de 2022”.
Assim, a Adidas junta-se à marca Balenciaga, que já tinha anunciado o corte de relações com o Ye, e deixa de vender os produtos que tinham em parceria com o rapper.
De acordo com o Women's Wear Daily e com a CNN Brasil a Balenciaga rescindiu parceria com o rapper. Apesar de Ye ter colaborado este ano com a marca para uma linha muito popular da Yeezy Gap e de ter aparecido no último desfile em Paris há algumas semanas, a marca optou por terminar a ligação com o cantor.
Mas há mais. Camille Vasquez, advogada de Johnny Depp, deixou de representar o músico cinco dias depois de ter sido contratada, e Kanye West foi suspenso do Twitter e Facebook. Estas aplicações consideraram que o rapper violou as suas políticas, tendo-se oferecido para comprar a rede social Parler.
Numa publicação no Twitter, que entretanto foi removida, mas a que a CNN teve acesso, Kanye West disse que ia "passar a 'death con 3' contra os JUDEUS" [Defcon 3 é um estado de alerta militar nos Estados Unidos que permite um uso de força acima do necessário] , e também que "têm brincado comigo e tentado rejeitar todos os que se opõem ao vosso objetivo", sem especificar a que grupo se dirigia, de acordo com os registos de arquivo da Internet obtidos pela televisão.
"Buzine se souber que Kanye tem razão sobre os judeus"
Em outubro, Kanye West também foi criticado por usar uma camisola que dizia "White Lives Matter" para exibir na Paris Fashion Week. Uma expressão que contrasta com a utilizada "Black Lives Matter", que marca a luta contra o racismo.
Através das plataformas sociais, o cantor sugeriu que a escravidão era uma escolha, além de ter dito que a vacina contra a covid-19 era a "marca da besta".
E já neste último fim de semana, foi colocado um cartaz que dizia: "Buzine se souber que Kanye tem razão sobre os judeus" ao mesmo tempo que apareciam apoiantes a fazer a saudação nazi. Este post gerou alguma indignação nas redes sociais.
Malynda Hale, cantora, atriz e ativista, partilhou uma foto dessa ponte e partilhou a sua opinião.
“Para aqueles que disseram que devemos ignorar os comentários de Ye. Por favor, explique como e por que devemos ignorá-lo quando as suas palavras enaltecem ainda mais este grupo supremacista branco. Isto não é motivo de riso. Temos que nos levantar e proteger nossos amigos judeus.”