O escândalo do Qatargate marca a última cimeira de líderes do ano. A presidente do Parlamento Europeu falou com os 27 e prometeu reformas para garantir que a instituição não está à venda. Roberta Metsola tenta assim ultrapassar o maior escândalo de corrupção a envolver a UE.
“Eu não posso dizer que isto não vai acontecer outra vez. Isto é corrupção criminal mas irei certificar-me de que tudo será feito para garantir que o Parlamento não está à venda”, vincou Metsola.
As detenções da eurodeputada grega Eva Kaili , do namorado assessor parlamentar e do ex-eurodeputado Pier Antonio Panzeri, e a apreensão de um milhão e e meio de euros em notas, são tema incontornável na última cimeira do ano.
As suspeitas de que países como o Qatar ou Marrocos podem ter influenciado as decisões do Parlamento Europeu são também um dos temas quentes da atualidade da instituição.
Mas Metsola já veio tentar tranquilizar os líderes, reiterando que não haverá impunidade e prometendo reformas no funcionamento do Parlamento.
“Há demasiadas formas de se tomarem decisões que poderiam ser melhoradas, demasiados agrupamentos informais que são potencialmente mais suscetíveis de influenciar. Demasiadas organizações cuja transparência de financiamento não é clara”, acrescentou.
O Presidente de França, Emmanuel Macron, comentou cautelosamente os acontecimentos dos últimos dias e vincou que é importante que “haja transparência e exemplaridade”. O chefe de Estado francês referiu ser essencial apurar responsabilidades e “tomar as medidas adequadas”.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, vai mais longe e diz mesmo que a “a resposta deve ser firme e decisiva”.
Os 27 têm uma reunião longa pela frente com vários temas em discussão, como as sanções à Rússia ou o limite ao preço do gás, numa altura em que é preciso também fechar de vez o pacote de 18 mil milhões de euros de apoio à Ucrânia.