Mundo

Ministério Público da Venezuela ordena investigação a Parlamento da oposição

Ministério Público da Venezuela ordena investigação a Parlamento da oposição
GABY ORAA

O anúncio foi feito pelo Procurador-geral da Venezuela.

O Ministério Público (MP) da Venezuela ordenou esta sexta-feira uma investigação e sanções à oposição venezuelana por ter criado uma comissão parlamentar considerada ilegal.

O anúncio foi feito pelo Procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, através da sua conta no Twitter, depois de a oposição ter extinto, quinta-feira, o Governo interino liderado por Juan Guaidó e nomear para dirigir o parlamento opositor, pela primeira vez, três mulheres que estão no exílio.

"O MP nomeou as procuradorias nacionais 67.ª e 94.ª para investigar e sancionar os crimes de corrupção relacionados com a nomeação ilegal de uma 'fantasmagórica' comissão parlamentar imposta para roubar os bens da Venezuela no estrangeiro", anunciou Saab.

A oposição elegeu quinta-feira para dirigir o Parlamento opositor Dionorah Figuera (exilada em Espanha) e duas vice-presidentes - Marianela Fernández (exilada nos EUA) e Auristela Vasquez (exilada em Espanha) - respetivamente, dos partidos Primeiro Justiça, Um Novo Tempo e Ação Democrática.

A eleição teve lugar numa sessão virtual em que participaram os deputados da Assembleia Nacional eleita em 2015, de maioria opositora, cujo mandato já caducou, mas que continua em funções uma vez que a oposição não reconhece os resultados das eleições legislativas de 2020, onde o regime chavista deteve a maioria parlamentar.

A nova presidente do parlamento opositor, Dinorah Figuera, substitui Juan Guaidó e após prestar juramento convocou uma sessão do Parlamento opositor para o próximo 10 de janeiro, a fim de conformar a Comissão Delegada.

Esta Comissão Delegada, que assumirá as funções que tinham sido confiadas ao anterior Governo interino, fará parte do recém-criado Conselho de Administração e Proteção de Ativos da Venezuela no estrangeiro e terá ainda "competências especiais" para "promover a transição democrática".

Em 30 de dezembro, a oposição venezuelana decidiu pôr fim ao governo interino de Juan Guaidó, criado em 2019, e prolongou por mais um ano a existência do parlamento opositor eleito em 2015.

A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o líder opositor e presidente do parlamento, Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas no país.

Os partidos que agora dirigem o parlamento - Primeiro Justiça, Um Novo Tempo e Ação Democrática - promoveram em finais de dezembro o fim do governo interino de Guaidó, considerando que os objetivos propostos não tinham sido alcançados.

Últimas Notícias