Greta Thunberg esteve em Lützerath, na Alemanha, onde começaram as demolições. Já não há ativistas nos edifícios da aldeia que foi ocupada em protesto contra a ampliação de uma mina de lenhite, mas estarão pelo menos dois nos túneis descobertos esta quinta-feira, num vídeo divulgado no Youtube, e várias dezenas em construções no topo de árvores. Ao todo, 470 pessoas saíram de Lützerath até ao momento. A polícia sublinha que a maior parte (320) saíram voluntariamente desde que começou a intervenção.
Há meses que o momento da retirada estava a ser antecipado pelos ocupantes, que construíram abrigos em árvores e barricadas. Agora, sabe-se que um sistema de túneis foi também preparado, para que as autoridades fossem obrigadas a cuidados redobrados. A polícia já confirmou que poderá ser necessária a intervenção de forças especiais.
Após o anúncio da empresa energética RWE de que as minas de carvão seriam ampliadas, saíram da aldeia os moradores. A vila acabou por ser ocupada por ativistas, que durante esta semana têm estado a ser retirados. Primeiro, saíram os que estavam em tendas e em construções erguidas em árvores, esta quinta-feira as autoridades começaram a entrar nos edifícios e a levar as pessoas em braços.
A RWE é a maior empresa do setor energético na Alemanha. Anunciou o fim da produção de eletricidade através de lenhite até 2030, mas, por causa da guerra na Ucrânia e da crise energética está a aumentar as minas para a extração deste tipo de carvão nas redondezas de Lützerath. Esta e outras vilas, bem como a área florestal, serão demolidas no processo.
Os ativistas dizem que as metas do acordo de Paris ficam em risco e esta sexta-feira acorrentaram-se na sede da RWE, em Essen, como forma adicional de protesto. Exigem o fim da exploração de lenhite, a mais poluente das formas de carvão.