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Documentos classificados: Casa Branca confirma que não há registos de visitantes nas casas de Biden

Os republicanos exigiram a publicação do registo de visitas às residências do Presidente norte-americano, depois de terem sido descobertos vários documentos classificados.

Documentos classificados: Casa Branca confirma que não há registos de visitantes nas casas de Biden
JONATHAN ERNST

A presidência norte-americana (Casa Branca) confirmou segunda-feira que não há registos de visitas às residências particulares do Presidente Joe Biden, onde foram encontrados vários documentos classificados, depois dos republicanos terem exigido a sua publicação.

"Como todos os presidentes ao longo das décadas da história moderna, a sua residência pessoal é pessoal", destacou o porta-voz do gabinete de advocacia da Casa Branca, Ian Sams, em comunicado.

Este responsável respondeu desta forma ao pedido do presidente da Comissão de Supervisão da Câmara dos Representantes, o republicano James Comer, que solicitou a publicação do registo das visitas à residência de Biden em Wilmington (Delaware), onde foram encontradas nas últimas semanas, vários documentos classificados da época em que foi vice-Presidente (2009-2017) de Barack Obama.

"É preocupante que documentos confidenciais tenham sido armazenados indevidamente na casa do Presidente Biden por pelo menos seis anos, levantando questões sobre quem pode ter revisto ou tido acesso às informações confidenciais", tinha sublinhado Corner, em carta enviada ao chefe de gabinete da Casa Branca, Ron Klain, justificando o pedido pelas "sérias implicações para a segurança nacional".

Casa Branca confirmou a descoberta de documentos por três vezes

Na resposta divulgada esta terça-feira, Ian Sams explicou que não é prática da Casa Branca manter registos de visitas às casas pessoais dos presidentes, mas sublinhou que os da própria Casa Branca são feitos e publicados, depois de Biden ter "restaurado a norma e tradição", pois, durante o executivo de Donald Trump (2017-2021), esta prática tinha sido eliminada.

Na última semana, a Casa Branca confirmou, por três vezes, a descoberta de documentos, caso que pode complicar os últimos dois anos do mandato de Biden antes das eleições presidenciais de 2024, às quais ainda não confirmou se irá concorrer.

Na última quinta-feira, o secretário de Justiça dos Estados Unidos, Merrick Garland, anunciou a nomeação de um procurador especial que vai analisar tudo o que for apurado e as suas circunstâncias, o conservador Robert Hur, ex-procurador dos Estados Unidos nomeado pelo ex-Presidente Donald Trump, como conselheiro especial para investigar o caso.

Quer a Casa Branca, quer o próprio chefe de Estado norte-americano têm insistido na sua total disponibilidade para colaborar nesta investigação, numa tentativa de se distanciar de Trump, que também está a ser investigado pelo Departamento de Justiça por acumular documentos confidenciais na sua residência em Mar-a-Lago, Florida, recuperados após buscas do FBI.

Primeiros documentos encontrados estavam num "armário trancado" no Penn Biden Center

Na semana passada, o assessor jurídico da Casa Branca Richard Sauber tinha divulgado que, em novembro, foi descoberto um "pequeno número de documentos classificados" num "armário trancado" no Penn Biden Center, um grupo ligado à Universidade da Pensilvânia, entregue ao Arquivo Nacional, responsável por preservar esse tipo de material.

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Foram também descobertos documentos numa garagem.

Biden manteve um escritório privado nessas instalações, situadas em Washington, depois de deixar a vice-presidência, em 2017, até pouco antes de lançar a sua campanha presidencial, em 2019.

No sábado, fontes oficiais divulgaram que o gabinete jurídico da Casa Branca tinha encontrado mais documentos classificados na residência do Presidente dos Estados Unidos em Wilmington.

A Comissão de Justiça da Câmara dos Representantes, agora controlada pelos republicanos, abriu uma investigação sobre a matéria.