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Peru vive os protestos mais violentos em décadas pela demissão da Presidente

Em 50 dias de manifestações por todo o país já morreram mais de 60 pessoas em confrontos com a polícia. A Presidente Dina Boluarte apela ao diálogo e pede uma “trégua nacional” para poder superar a crise social e política.

Os protestos, iniciados em dezembro do ano passado e que não dão sinais de abrandar, reivindicam que Dina Boluarte abandone a Presidência do Peru, a dissolução do parlamento, a convocação de eleições gerais este ano e a criação de uma assembleia constituinte.

Em resultado das barricadas e mobilizações por todo o Peru, registaram-se confrontos entre os manifestantes e as forças da ordem que fizeram, até agora, mais de 60 mortos, 45 em confrontos com forças de segurança e um polícia morreu após ser queimado vivo por manifestantes.

A crise política que abala o Peru é também reflexo do enorme fosso entre a capital e as províncias pobres que apoiam Castillo, de origem ameríndia, e que nunca foi aceite no Palácio Presidencial pela elite e a oligarquia da capital, e pelos principais 'media', na posse de abastados empresários.

A Comissão de Constituição do Congresso peruano aprovou o projeto de resolução legislativa que propõe antecipar o início da segunda legislatura para o próximo dia 15 de fevereiro, a fim de aprovar em segunda instância a antecipação das eleições gerais para 2024.

Dina Boluarte pediu uma "trégua nacional" aos manifestantes antigovernamentais para poder superar a crise social e política que abala o país e "retomar o diálogo", apelando novamente para "a paz e a unidade".

"Peço à minha querida pátria uma trégua nacional para poder retomar o diálogo e, melhor ainda, para poder definir a agenda de cada região e desenvolver" o país, declarou Boluarte.