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Primeira-ministra da Escócia apresenta demissão

Nicola Sturgeon ocupava o cargo há mais de oito anos. A decisão surge depois de, no final de 2022, o Supremo Tribunal do Reino Unido determinar que a Escócia não podia realizar um novo referendo à independência.

Nicola Sturgeon
Nicola Sturgeon
ROBERT PERRY
A líder do Partido Nacional Escocês (SNP, sigla em inglês), Nicola Sturgeon
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A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, anunciou esta quarta-feira a demissão do cargo que ocupava há mais de oito anos.

A líder do Partido Nacional Escocês fez o anúncio esta quarta-feira, numa conferência de imprensa, em Edimburgo, onde reconheceu que foi uma decisão dura, mas ponderada. Sturgeon admitiu ainda que a pressão do trabalho era “implacável”.

"Na minha cabeça e no meu coração, eu sei que chegou a hora, que é a hora certa para mim, para o meu partido e para o país", disse Nicola Sturgeon.

"Este trabalho é um privilégio, mas também muito difícil", acrescentou.

"Sou um ser humano (...). Eu poderia permanecer mais alguns meses, talvez seis meses, um ano. Mas com o tempo, eu teria cada vez menos energia para o meu trabalho e só o consigo fazer a 100%, é o que o país merece", sublinhou.

Aos jornalistas, Nicola Sturgeon confirmou que ficará no cargo até ser eleito o seu sucessor e garantiu que a decisão não foi tomada devido às recentes controvérsias.

Uma decisão “surpreendente”

O correspondente da SIC em Londres, Emanuel Nunes, afirmou que esta é uma decisão "surpreendente" e recordou as polémicas que, nos últimos meses, afetaram o mandato de Sturgeon.

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Sturgeon era primeira-ministra da Escócia desde novembro de 2014. Substituiu Alex Salmond após o referendo sobre a independência. Desde 1999, é deputada no Parlamento escocês.

A decisão surge depois de, no final de 2022, o Supremo Tribunal do Reino Unido ter decretado que o parlamento regional escocês não podia legislar a realização de um segundo referendo sobre a independência da província britânica.

Na altura, a primeira-ministra escocesa afirmou respeitar a decisão, mas afirmou que a voz dos nacionalistas “não será silenciada”.

Em janeiro, o Governo britânico vetou um projeto-lei que visava facilitar o processo de mudança de género a partir dos 16 anos na Escócia, defendendo a decisão com a "garantia de segurança de mulheres e crianças".

A primeira-ministra da Escócia e líder do SNP, Nicola Sturgeon, considerou esta decisão do Governo do Reino Unido como um "ataque frontal" à autonomia do parlamento escocês.