Mundo

Anarquistas e mafiosos são a maior ameaça criminal para Itália

Os anarquistas levaram a cabo "31 ações" em 2022, acrescentam os serviços de informações. O "Caso Cospito", que diz respeito ao líder mafioso Alfredo Cospito, provocou a mobilização de vários grupos, italianos e estrangeiros, em Itália.

Líder mafioso Alfredo Cospito
Líder mafioso Alfredo Cospito
GUGLIELMO MANGIAPANE/Reuters

Os anarquistas italianos representam a "ameaça mais concreta" para o país, de acordo com o relatório anual dos serviços de informações apresentado esta terça-feira no Parlamento de Roma.

Segundo o documento oficial, os anarquistas italianos e estrangeiros iniciaram já uma série de ataques relacionados com o líder anarquista Alfredo Cospito, que se encontra em greve de fome contra o regime prisional a que está sujeito, que é geralmente aplicado aos líderes da máfia.

O Supremo Tribunal de Itália confirmou na sexta-feira passada a permanência de Cospito no regime de isolamento - conhecido em Itália como "41Bis" - aplicado aos membros do crime organizado.

A decisão desencadeou várias manifestações de protesto, incluindo um protesto frente ao consulado italiano em Barcelona, Espanha.

Os anarquistas são a ameaça mais concreta e vital, caracterizando-se "por uma militância determinada" assim como pela promoção de "propaganda que instiga 'projetos' de luta", indica ainda o relatório dos serviços de informações de Itália. Os anarquistas levaram a cabo "31 ações" em 2022, acrescentam os serviços de informações.

O diretor da Agência de Informação e Segurança Interna (AISE), Giovanni Caravelli, disse no Parlamento que o "Caso Cospito" provocou a mobilização de vários grupos, italianos e estrangeiros, em Itália, inspirados nos métodos usados pela Federação Anarquista Informal, liderada por Alfredo Cospito.

Caravelli afirmou ainda perante os deputados que "grupos extremistas, tanto de esquerda como de direita" podem aproveitar o descontentamento provocado pela crise inflacionária".

"As preocupantes tensões sociais geradas pelo aumento do custo de vida e da energia, causados durante a pandemia e depois pelo conflito 'russo-ucraniano', podem ser aproveitados por grupos extremistas violentos de direita e de esquerda", disse o responsável.

Nesse sentido, Caravelli referiu-se aos objetivos da Federação Anarquista Informal, grupo que tem como dirigentes Cospito e Alfredo Bonanno e avisou que o grupo já estabeleceu ligações com outras organizações semelhantes na Europa e na América do Sul. Carelli referiu ligações a organizações no Chile e na Argentina, mas não forneceu mais pormenores.