O chefe do poder judiciário, Gholamhossein Mohseni Ejei, decretou, esta segunda-feira, sanções severas para as mulheres que violarem o código de vestuário islâmico imposto às iranianas. O chefe tem vindo a fortalecer o cerco aos manifestantes que desafiam o regime.
Em dezembro do ano passado, Ejei emitiu um decreto exigindo um processo rápido para os presos nas manifestações.
“Remover o hijab é mostrar inimizade para com a República Islâmica e os seus valores”
"Com a ajuda do poder judicial e executivo, as autoridades vão utilizar todos os meios disponíveis para lidar com as pessoas que cooperam com o inimigo e cometem este pecado [violação do código de vestuário] que prejudica a ordem pública. Remover o hijab é equivalente a mostrar inimizade para com a República Islâmica e os seus valores. As pessoas que se envolverem num ato tão anormal serão punidas", disse Ejei.
Após a morte da jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, pela polícia da moralidade iraniana, por desrespeitar o rigoroso código de vestuário do país a 16 de setembro, o Irão foi confrontado com protestos a nível nacional que representaram um dos desafios mais duros para a República Islâmica desde a sua criação, em 1979.
Uma repressão cada vez mais severa por parte das forças de segurança abafou em grande parte os protestos das últimas semanas.