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Depois do ciclone Freddy, já 6 pessoas morreram em surto de cólera em Moçambique

Moçambique - Ciclone Freddy
Moçambique - Ciclone Freddy
UNICEF MOZAMBIQUE/223/ALFREDO ZU/Reuters

Moçambique é um dos 12 países africanos afetados por cólera, doença associada à falta de saneamento básico e que irrompe sazonalmente na época das chuvas.

O ministro moçambicano da Saúde anunciou esta quinta-feira que foi declarado um surto de cólera na cidade de Quelimane, centro do país, a mais devastada pelo ciclone Freddy e onde a doença matou seis pessoas desde quarta-feira.

"As autoridades provinciais devem declarar hoje o surto de cólera e vai se estabelecer um Centro Operativo de Emergência que garanta a partilha regular de dados", referiu Armindo Tiago, naquela cidade.

Dados das autoridades provinciais indicam que desde quarta-feira, dos mais de 100 pacientes observados no Centro de Tratamento de Cólera do Hospital de Quelimane, seis perderam a vida.

Bairros com condições precárias, falta de água potável, saneamento e condições de higiene são os que mais preocupam as autoridades em Quelimane, sobretudo depois da destruição provocada pelo ciclone Freddy, que na última semana fez 53 mortes na província da Zambézia.

Desde setembro de 2022, o país lusófono já registou 54 mortes devido à doença e tem mais de 200 pessoas internadas nos centros de tratamento abertos nos locais onde estão declarados surtos.

O Governo moçambicano, em coordenação com a Organização Mundial da Saúde, tem em curso uma campanha de vacinação prevendo abranger 720 mil pessoas em todo o país.

A OMS alerta que o aparecimento da cólera está a ser agravado por "eventos climáticos extremos e conflitos que aumentaram as vulnerabilidades, já que as pessoas são forçadas a fugir de suas casas e enfrentar condições de vida precárias".