Depois de quilómetros de marchas pacíficas em dezenas de cidades francesas, o final da tarde desta quarta-feira foi marcado por protestos contra a reforma das pensões, que originaram vários momentos de violência.
Em Paris, quando a polícia avançou sobre os manifestantes, um homem foi abalroado e ficou ferido com gravidade. Foi assistido pelos próprios agentes e acabou por ser transportado para o hospital.
O Governo francês, pela voz do ministro do Interior, responsabilizou grupos radicais pela violência e defendeu o comportamento das forças de segurança que, ao longo destas jornadas de contestação têm sido acusadas de em muitas circunstâncias contribuírem para um ambiente de confronto com os manifestantes.
O movimento de contestação ao aumento da idade da reforma ameaça abalar a imagem de solidez do Presidente Macron.
A reforma, que o chefe de Estado francês considera essencial para preservar a sustentabilidade do sistema de pensões, foi aprovada com poderes constitucionais extraordinários, sem passar por isso pelo crivo da Assembleia Nacional. Sendo esse um dos fatores que mais têm contribuído para a mobilização.
Apesar de não haver sinais de cedência, de nenhum dos lados, o Presidente francês e os representantes dos sindicatos concordaram em reunir-se no dia 5 de abril, na véspera de mais uma jornada de mobilização contra a reforma do sistema de pensões.