A capital francesa vai tornar-se a primeira capital europeia a proibir o aluguer de trotinetas elétricas. A decisão foi tomada, este domingo, em referendo pelos parisienses.
Tornou-se popular e um meio de deslocação comum em Paris: o aluguer de trotinetas elétricas. É para alguns parisienses a única forma de escapar aos transportes públicos que estão, quase sempre, lotados.
" A única forma possível de ver os meus netos, que vivem no outro lado de Paris ou nos subúrbios, é se eles tiverem acesso a trotinetas, poruqe o metro e os autocarros não servem", referiu Christine Le Bret
Contudo, Christine Le Bret, de 79 anos, vai mesmo ter de procurar outras opções. O seu voto a favor das trotinetas foi uma minoria. 90% dos, poucos, parisienses que foram votar, quiseram banir das ruas da capital este meio de transporte.
"O modo como está organizado, o perigo que cria em Paris, a poluição visual, foi o que me fez decidir votar contra", explicou um parisiense
"No meu caso pessoal, o meu bebé de sete semanas, na altura, em 2019, que era transportado pela mãe, que atravessava numa passagem fechada, foi atingida, no meio da estrada, por uma trotineta que circulava em sentido proibido. Íamos perdendo o nosso bebé", contou outro parisiense que votou contra a circulação de trotinetas.
Só o ano passado, perto de 500 pessoas ficaram feridas e três morreram devido a acidentes nas ruas de Paris com trotinetas e, por isso, o argumento da segurança dos peões na cidade era usado pela Câmara socialista que defendia o fim deste meio de transporte na capital. Christine Le Bret que ia visitar os netos de trotineta elétrica estará, agora, a repensar as suas rotinas.
"Vou ficar desesperada, se proibirem as trotinetes", confessou Le Bret.
Choque para uns, alívio para outros. A vida dos parisienses vai mesmo mudar, a partir de setembro altura em que viverão na única capital europeia, onde o aluguer de trotinetas elétricas deixará de existir.