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Coreia do Norte dispara mais um míssil balístico para o Mar do Japão

Este será o 15.º teste de armas realizado este ano pelo regime norte-coreano, que respondeu com vários destes às manobras que Seul e Washington estão a realizar nos últimos dias no sul da península.

Coreia do Norte dispara mais um míssil balístico para o Mar do Japão
Lee Jin-man

A Coreia do Norte disparou esta quinta-feira um míssil balístico não identificado em direção ao Mar do Japão, avançou o exército sul-coreano, depois do líder norte-coreano ter prometido melhorar o arsenal nuclear.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul adiantou que o lançamento ocorreu esta quinta-feira, mas não deu mais detalhes, como a distância que o míssil percorreu ou exatamente que arma o vizinho do Norte disparou.

O projétil também foi registado por sistemas de radar japoneses e o Ministério da Defesa japonês informou que Pyongyang lançou "o que parece ser um míssil balístico", ou seja, o que pode ser uma arma de longo ou médio alcance.

As autoridades japonesas emitiram um alerta aos habitantes da ilha de Hokkaido, no norte, para que procurassem abrigo em prédios ou no subsolo, após o disparo da Coreia do Norte.

O Governo especificou que o míssil deveria cair por volta das 08:00 (23:00 de quarta-feira em Lisboa).

O 15.º teste de armas feito pela Coreia do Norte em 2023

Este pode ser o 15.º teste de armas realizado este ano pelo regime norte-coreano, que respondeu com vários destes às manobras que Seul e Washington estão a realizar nos últimos dias no sul da península.

Desde 23 de março, Pyongyang afirma ter realizado três testes com um drone de ataque nuclear subaquático capaz de "produzir um tsunami radioativo em grande escala".

Na segunda-feira, o líder norte-coreano prometeu melhorar o arsenal nuclear numa reunião com altos responsáveis militares para discutir os preparativos de guerra face aos exercícios militares sul-coreanos e dos Estados Unidos, informou a agência de notícias estatal.

Kim Jong-un reviu os planos de ataque da linha da frente do país e vários documentos de combate e salientou a necessidade de reforçar a dissuasão nuclear com "mais rapidez, de forma mais prática e ofensiva", noticiou a KCNA.

Um momento de tensões crescentes

A reunião da Comissão Militar Central do Partido dos Trabalhadores no poder, na segunda-feira, realizou-se num momento de tensões crescentes, traduzidas em demonstrações de armamento norte-coreanas e em exercícios militares conjuntos EUA-Coreia do Sul.

A agência de notícias sublinhou que Kim e os membros da comissão militar analisaram a situação de segurança na península coreana, "na qual os imperialistas americanos e os traidores fantoches coreanos [do Sul] estão a ficar cada vez mais transparentes nas iniciativas para uma guerra de agressão".

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul descreveram os exercícios como sendo de natureza defensiva e disseram que a expansão desses exercícios é necessária para fazer face à evolução das ameaças da Coreia do Norte.

As conversações nucleares entre Washington e Pyongyang estagnaram desde 2019 devido a desacordos sobre a troca de sanções económicas pela redução do programa de armas nucleares norte-coreano.