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União Europeia já retirou mais de 1000 pessoas do Sudão

Desde 15 de abril que se registam violentos combates no Sudão, num conflito que opõe forças do general Abdel Fattah al-Burhane, líder de facto do país desde o golpe de 2021.

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A União Europeia já conseguiu retirar mais de 1000 pessoas do Sudão, onde se registam combates desde meados deste mês, disse o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

O chefe da diplomacia diz que foi um fim de semana longo e numa complexa operação de vários países.

"Trata-se de uma operação complexa, mas foi um sucesso", disse Borrell à margem de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros.

"Não posso fornecer números exatos, mas são pelo menos mil pessoas", que foram retiradas, acrescentou.

À entrada para a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros no Luxemburgo, Josep Borrell alertou para as ondas de choque que o conflito no Sudão terá em todo o continente. O conflito do Sudão e a guerra na Ucrânia marcam a agenda da reunião.

Retirada de pessoas

Dos 22 portugueses que estavam no Sudão, 11 já foram retirados do país, revelou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Gomes Cravinho, aos jornalistas no Porto, onde se encontra a acompanhar a visita de Estado do Presidente do Brasil, Lula da Silva.

Espanha anunciou que conseguiu retirar por via aérea cerca de uma centena de pessoas do Sudão, incluindo portugueses, num avião militar para o Djibuti. Também a Itália anunciou a retirada de 136 pessoas de Cartum, entre eles portugueses.

Combates no Sudão

Desde 15 de abril que se registam violentos combates no Sudão, num conflito que opõe forças do general Abdel Fattah al-Burhane, líder de facto do país desde o golpe de 2021, e um ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).

O balanço provisório dos confrontos indica que há mais de 420 mortos e 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Cartum, capital do país, está convertida numa autêntica zona de batalha, com porções da cidade sob o controlo dos militares sudaneses e outras controladas pelo grupo paramilitar.

Os confrontos eclodiram devido a divergências sobre a reforma do exército e a integração das Forças de Apoio Rápido no exército, parte do processo político para a democracia no Sudão após o golpe de Estado de 2021.