O Conselho de Direitos Humanos da ONU apela à pressão internacional para acabar com o conflito no Sudão.
A resolução foi aprovada por 18 votos a favor, 15 votos contra, incluindo a China e vários países africanos, e 14 abstenções, numa reunião de emergência do principal órgão de direitos humanos da ONU convocada a pedido conjunto do Reino Unido, da Noruega, dos Estados Unidos da América e da Alemanha.
O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, abriu a reunião a condenar a "violência gratuita" que trouxe mais fome, privação e deslocamentos ao povo sudanês, enquanto ambos os lados em conflito "espezinham o direito humanitário internacional".
O representante permanente do Sudão junto da ONU em Genebra, Hassan Hamid Hassan, que tinha questionado a decisão de realizar a reunião de emergência poucas semanas antes da sessão ordinária do Conselho, em junho, disse durante o encontro que Cartum se oponha à resolução e que o conflito é "um assunto interno".
"Esta é uma questão interna e o que o exército faz é o seu dever constitucional, é o que o exército de qualquer outro país do mundo faria", disse o representante do Governo liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhan, um dos beligerantes no conflito.
Para além da vaga imensa de refugiados, mais de 750 mortos e 5.000 feridos é o balanço provisório de quatro semanas de guerra.
Na origem do conflito está a rivalidade ente os generais mais poderosos da Junta Militar que governa o Sudão. O general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, recusa acatar as ordens do general Abdel Fattah al-Burhan.