As assembleias de voto para eleger um Presidente e um parlamento na Turquia encerraram às 15:00 de hoje (17:00 locais), num sufrágio em que se joga a sobrevivência política do atual chefe de Estado, Recep Tayyip Erdogan. A votação decorreu com normalidade e com uma grande participação, disse à agência Lusa o deputado socialista Paulo Pisco, que se encontra na região de Esmirna como observador internacional.
Desde as 08:00 locais (05:00 em Lisboa), cerca de 61 milhões de eleitores puderam exercer o seu direito de voto nas 192.000 urnas distribuídas pelas 81 províncias do país, com um sexto dos eleitores a votarem na região de Istambul.
Com a maioria das sondagens a anteciparem a derrota de Erdogan nas eleições presidenciais, o acto eleitoral na Turquia constitui também uma prova da capacidade de sobrevivência política do atual chefe de Estado de 69 anos.
As últimas sondagens divulgadas preveem uma vitória apertada de Kiliçdaroglu sobre Erdogan, o que evitaria uma segunda volta dentro de duas semanas, mas é possível, contudo, que nenhum dos dois consiga a maioria absoluta nesta primeira volta.

"Já visitamos, até ao momento, sete ou oito assembleias de voto", afirmou o observador, em contacto telefónico com a Lusa, referindo que na região em que se encontra não há qualquer sinal de problemas, numa altura em que faltavam poucos minutos para o encerramento das assembleias de voto.
Também dos contactos que mantém com os restantes observadores tem recebido informação de que tudo está a decorrer dentro da normalidade, à exceção de "algumas escaramuças", sem consequências.
"No resto da Turquia, os colegas têm transmitido que não tem havido problemas que possam considerar-se relevantes. Há registo de três incidentes, em Istambul, em Ancara e numa outra zona, mas foi um tipo de escaramuças que todos nos disseram que foram logo ultrapassadas", acrescentou.
"A informação que temos aqui é que, tirando um ou outro caso que não tem grande relevância, o processo está a correr bem e com uma grande participação", indicou Paulo Pisco.
Numa das últimas assembleias de voto que visitou, havia 338 inscritos e já tinham votado 307, sem qualquer incidente a registar por volta das 15:50 locais. As urnas fecham às 17:00 locais, destacou.
Os observadores receberam a informação de que o Supremo Tribunal Eleitoral decidiu, em relação a um candidato que desistiu e cuja candidatura permaneceu nos boletins de voto, que serão contados os votos expressos em seu nome.
Com a maioria das sondagens a anteciparem a derrota de Erdogan nas eleições presidenciais, o acto eleitoral na Turquia constitui também uma prova da capacidade de sobrevivência política do atual chefe de Estado de 69 anos.
O fundador do AKP, uma formação conservadora e islamista, enfrenta o líder do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata e nacionalista), Kemal Kiliçdaroglu, 74 anos, apoiado por uma coligação heterogénea de seis partidos e por uma formação de esquerda defensora dos direitos da minoria curda, que poderá ter a sua última oportunidade de terminar nas urnas com o crescente autoritarismo de Erdogan.