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Loja de armas assaltada em Marselha, autarquia pede para ninguém sair de casa

França está pela quarta noite consecutiva com a violência nas ruas. Em Marselha já foram presas cerca de 80 pessoas e o autarca da cidade pede à população que fique em casa, depois de uma loja de armas ter sido assaltada. Também em Lyon, a rua mais movimentada foi saqueada e mais de 20 pessoas foram detidas.

Loja de armas assaltada em Marselha, autarquia pede para ninguém sair de casa
JUAN MEDINA/Reuters

Uma loja de armas foi assaltada em Marselha, no sul de França, cidade que está a ser palco de vários episódios violentos. Pelo menos uma pessoa foi detido na posse de uma espingarda. No total, só esta noite, 80 pessoas foram detidas em toda a cidade.

A autarquia de Marselha pede às pessoas para se manterem em casa, alertando para grupos violentos que estão a causar distúrbios nas ruas.

França está pla quarta noite consecutiva a ferro e fogo com a violência nas ruas.
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Em Marselha já foram presas cerca de 80 pessoas...
O autarca da cidade pede à população que fique em casa, depois duma loja de armas ter sido assaltada.
A rua mais movimentada de Lyon está a ser saqueada... mais de 20 pessoas foram detidas.
Também 5 menores entre os 15 e os 17 anos foram presos em Grasse... estavam na posse de garrafões de gasolina e garrafas de vidro.

Os distúrbios em França após a morte, na terça-feira, do adolescente Nahel baleado por um polícia desencadearam uma onda de cancelamentos de concertos e reservas de hotel, enquanto o Governo reduziu alguns serviços de transportes públicos.

Após uma reunião extraordinária, esta tarde, o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, decidiu estender a todo o país a restrição de circulação de autocarros e elétricos, que não poderão funcionar a partir das 21:00 locais (20:00 de Lisboa) até à manhã deste sábado, e até novas ordens.

Também foi temporariamente proibida a venda de foguetes para fogos-de-artifício, bidões de gasolina, ácidos e outros produtos químicos e inflamáveis.

Estas medidas foram tomada depois de uma terceira noite consecutiva de graves distúrbios em muitas partes do território, que se saldaram em pelo menos 250 agentes policiais feridos, mais de 900 detenções - um terço das quais, de menores -, 492 edifícios públicos atacados e 2.000 veículos incendiados.

Para evitar este tipo de episódios, a primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, mobilizou para as ruas blindados da guarda republicana, sem especificar quantos.

A morte de Nahel, que será sepultado no sábado na cidade de Nanterre - onde residia e onde foi morto -, chocou boa parte do país e provocou a enérgica condenação da esquerda e de movimentos sociais, por considerarem que se tratou de um ato de racismo (era de ascendência argelina).

O Governo, que também criticou a morte do jovem às mãos da polícia, pediu que fossem cancelados os grandes atos culturais e festivos no país, por questões de segurança.

Assim, os megaconcertos da cantora francófona Mylène Farmer agendados para o Estádio de França hoje e no sábado à noite não se realizarão e outro grande evento musical, o festival FNAC Live Paris, terá a mesma sorte.