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Governo dos EUA descarta classificar fentanil como arma de destruição em massa

Os Estados Unidos lançaram uma coligação global contra o tráfico de fentanil e outras drogas sintéticas na sexta-feira. No ano passado, mais de 70 mil pessoas morreram por overdose dessa substância nos EUA.

Governo dos EUA descarta classificar fentanil como arma de destruição em massa
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O Governo dos Estados Unidos descartou esta segunda-feira classificar o fentanil como arma de destruição em massa, posição que alguns republicanos defendem, garantindo que tem "as ferramentas necessárias" para combater este opioide sintético.

"Neste momento, não vemos a listagem do fentanil como uma arma de destruição em massa a dar-nos qualquer ferramenta que não temos", sublinhou Todd Robinson, chefe do gabinete antidrogas do Departamento de Estado, numa entrevista telefónica com jornalistas.

Robinson referiu que os departamentos de Estado e de Justiça, bem como a Agência Antidroga dos Estados Unidos (DEA), já possuem "as ferramentas necessárias para perseguir as redes que traficam essa droga", noticiou a agência Efe.

Alguns procuradores em estados controlados pelos republicanos, como a Florida, pediram ao Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que listasse o fentanil como uma arma de destruição em massa, de forma a alocar mais recursos e permitir uma maior coordenação para combatê-lo.

O fentanil é um poderoso opioide sintético fabricado por cartéis mexicanos a partir de precursores químicos da China e traficado para os Estados Unidos, onde no ano passado mais de 70 mil pessoas morreram por overdose dessa substância.

Os Estados Unidos lançaram uma coligação global contra o tráfico de fentanil e outras drogas sintéticas na sexta-feira, juntamente com mais de 80 países, incluindo o México.

Robinson elogiou esta segunda-feira a cooperação com o Governo mexicano nesta matéria, apesar de o Presidente daquele país, Andrés Manuel López Obrador, ter questionado a acusação de que o fentanil é fabricado no México.

O governante assegurou que os dois países têm uma "excelente relação" e que estão a trabalhar para aumentar a cooperação de ambos os lados da fronteira.

"Estou muito orgulhoso dos nossos parceiros do México", sublinhou Robinson, que também destacou que o país latino-americano reconheceu que também sofre com a disseminação do fentanil.

Por outro lado, Todd Robinson referiu que a China, que não se juntou à coligação, "pode fazer muito mais" na monitorização e partilha de informações sobre precursores.

"Todos nós sabemos que existem empresas na China que desempenham um papel muito importante na distribuição dos produtos químicos utilizados para fabricar estas drogas", salientou.